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WEG

Por que o Itaú BBA voltou a recomendar compra da WEG – em três pontos

Quase um ano depois de downgrade, banco vê cenário mais benigno e afirma que desempenho abaixo dos pares não deve durar por muito tempo

 (Leandro Fonseca/Exame)
(Leandro Fonseca/Exame)
Karina Souza

Karina Souza

15 de março de 2024 às 12:15

Os tempos mais difíceis para a WEG já ficaram para trás, na visão dos analistas do Itaú BBA. A equipe de Daniel Gasparete elevou a ação para compra quase um ano depois de rebaixar o papel, por acreditar que os três principais problemas que traziam incerteza sobre a performance da companhia já estão resolvidos.

“Boas ações não têm um baixo desempenho por muito tempo. A WEG acumula queda de 5% desde o nosso downgrade em maio, mais de 30% em relação ao Ibovespa e em relação aos seus pares globais. Isso levou a companhia a ser negociada com prêmio abaixo de sua média histórica em relação aos concorrentes”, afirmam os analistas. 

Na época do downgrade para neutro, feito em maio do ano passado, a WEG estava em um contexto de:

  1. demanda fraca por produtos de ciclo curto;
  2. pressão para baixo nos preços no pós-pandemia; e 
  3. ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, que pesava no custo de capital.  

Agora todos essas questões estão em pontos de inflexão, na visão do banco. Os estoques elevados para clientes, que dominaram o segundo semestre de 2022 e o ano de 2023 , estão chegando ao fim e melhorias no volume de pedidos devem se tornar mais evidentes a partir do segundo semestre de 2024.

“Em relação aos produtos de ciclo longo, nós antecipamos que vão continuar em um ritmo sólido, apoiando uma melhora na percepção de receita”, afirmam.

Com a perspectiva de aumento de pedidos, aliada ao fim das pressões de preço para baixo nos produtos de ciclo curto, a lucratividade da companhia tende a melhorar. O preço melhor será resultado de um processo de melhor demanda e estabilização de preços de commodities. A expectativa do banco é que as margens fiquem estáveis em 2024 em relação ao quarto trimestre do ano passado. 

O cenário mais benigno no micro é completado por uma visão mais positiva também no macro. A queda nas taxas de juros nos Estados Unidos deve beneficiar a ação neste ano. “Conforme mostramos, o rendimento dos lucros da WEG tem uma correlação de 0,88 com as taxas de 10 anos nos Estados Unidos, o que indica que as ações também poderiam se beneficiar se os investidores se tornassem mais otimistas em relação ao ambiente macro no exterior, como visto em novembro e dezembro do ano passado”, dizem os analistas. 

Em um cenário mais benigno, o ponto de atenção fica com o valuation ainda alto da empresa. Nos cálculos do banco, a ação é negociada a 30 vezes P/E em 2024 e 26 vezes P/E em 2025. “Nós reconhecemos que o ambiente mais benigno deve estar parcialmente precificado, com alta de 10% na ação desde a divulgação de resultados. Ainda assim, nós vemos um potencial limitado de queda para a ação dos níveis atuais enquanto encontramos espaço para a ação subir”, afirmam os analistas.

O banco calcula uma TIR de 18% para a ação, considerando um horizonte de investimento de três anos, além de um crescimento composto (CAGR) de 10% para o lucro durante esse período.

Entre os motivos que apoiam a tese, além dos mencionados acima, o banco vê tendências de curto e longo prazo que podem impulsionar a companhia, como mobilidade elétrica, nearshoring e hidrogênio verde — sem falar na compra de uma divisão importante da Regal Rexnord. 

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Karina Souza

Karina Souza

Repórter Exame IN

Formada pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada pela Saint Paul, é repórter do Exame IN desde abril de 2022 e está na Exame desde 2020. Antes disso, passou por grandes agências de comunicação.