Nubank: pacote de R$ 815 mi para executivos arrepia mercado
Do total, R$ 787 milhões são pagamentos em ações e opções; Itaú prevê R$ 385 milhões nessa modalidade para 2022
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Nubank: somente a parcela do programa definida para 2022 já havia causado incômodo no mercado (Rafael Henrique/SOPA Images/Getty Images)
Publicado em 27 de abril de 2022, 18h22.
Última atualização em 28 de abril de 2022, 20h07.
O assunto celeuma de hoje, que durante a tarde se tornou viral no mercado, é o pacote de remuneração do Nubank previsto para este ano: R$ 816 milhões. O valor absoluto já chama atenção sozinho, mas para completar é um volume equivalente a 4,5 vezes o total do ano passado, que foi de R$ 185 milhões — e que já era 4 vezes maior que o total de 2020.
A escalada é mais acentuada que a da valorização do banco, que em janeiro de 2021 fez uma rodada série G avaliado em US$ 25 bilhões e fez a oferta pública inicial (IPO) na Nyse em dezembro a US$ 41 bilhões.
O pacote do Nubank está sendo considerado salgado por quem quer que olhe o dado. E não foram poucos os que, depois de ler um post do assunto no Twitter, correram para os documentos oficiais na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na SEC, a xerife americana para ver se é mesmo verdade. É verdade.
Pela previsão, a diretoria executiva, com oito membros, tem uma remuneração em dinheiro estimada em R$ 16 milhões para 2022, enquanto que o pacote em ações soma R$ 787 milhões. A diferença frente o pacote total é o que fica com o conselho de administração e o fiscal.
Em um posicionamento por escrito, o Nubank explica que "mais de 85% da previsão do [pacote de remuneração em ações] da diretoria estatutária depende da realização de metas ambiciosas, específicas e sustentadas de preço da ação, alinhadas aos interesses de longo prazo dos stakeholders". A nota também afirma essas novas ações "só serão emitidas para remuneração se níveis pré-determinados do preço da ação forem atingidos", conforme o acordo contingente de ações (Contingent Share Agreement) aprovado pelo conselho de administração em novembro do ano passado e que estavam previstos e foram divulgados nos documentos relacionados ao IPO.
Para além do total, o saldo deixou o pessoal de cabelo em pé também na comparação com a concorrência. O Itaú, o maior banco privado do país, prevê R$ 425 milhões para 2022, com uma diretoria composta por 25 executivos — desse total, R$ 385 milhões serão pagos em opções de ações.
Quando estreou em dezembro, Nubank e Itaú disputavam o título de maior bilhão a bilhão. Nesse momento, o bando fundado por David Veléz está avaliado em US$ 29 bilhões, um recuo de 25% desde a estreia. Itaú, por sua vez, vale perto de US$ 45 bilhões.
O aumento da taxa de juros, a despeito de piorar o ambiente econômico para inadimplência, sempre foi muito bem aproveitado pelas grandes instituições financeiras — já para as fintechs será um teste de resistência. Em 2021, o Nubank teve receita de US$ 1,7 bilhão e o Itaú Unibanco, lucro líquido de quase R$ 27 bilhões.
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