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Natura separa US$ 800 milhões para sustentabilidade até 2030

Projeto tem como pilares enfrentar as mudanças climáticas e proteger a Amazônia, defender os direitos humanos e ampliar economia da recirculação

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Sede da Natura: metas incluem aumentar diversidade entre funcionários e equiparação salarial (Germano Lüders/Exame)

Sede da Natura: metas incluem aumentar diversidade entre funcionários e equiparação salarial (Germano Lüders/Exame)

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Graziella Valenti

Publicado em 15 de junho de 2020 às, 18h23.

A Natura &Co vai investir 800 milhões de dólares nos próximos dez anos para executar um abrangente plano de sustentabilidade e de devolução de benefícios à sociedade. As metas desse programa incluem transformar todo o grupo em neutro na emissão de carbono, ampliar para mais de 95% o uso de compostos naturais e biodegradáveis na fórmula dos produtos e conseguir que 100% de seus materiais para embalagens sejam reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis.

Os objetivos são para todas as companhias, incluindo Avon, The Body Shop e Aesop — até o fim de 2030. O desempenho desses indicadores passará a ser medido e divulgado anualmente. O total a ser empenhado equivale a mais de 4 bilhões de reais no câmbio atual ou quase 9% do valor de mercado da empresa, que está em 48,5 bilhões de reais na B3.

“Nós queremos ser não só a melhor companhia de beleza do mundo, mas para o mundo”, afirmou Roberto Marques, presidente global da Natura &Co. O ambicioso plano é que o grupo consiga devolver para o planeta mais do que extrai, segundo o executivo. A execução será com base em processos científicos.

A Natura &Co, quando incluída Avon, teve receita líquida de quase 33 bilhões de reais no ano passado e atua hoje em mais de 100 países. A empresa já vinha trabalhando nesse detalhado planejamento, mas aguardou a conclusão da aquisição da Avon, no início deste ano, para finalizar o programa.

A companhia brasileira, que já era considerada pioneira em sustentabilidade, pode se manter na vanguarda dos princípios ESG (a sigla em inglês para ambiental, social e de boa governança) ao aplicar e até elevar seus padrões para todos as marcas consolidadas ao longo dos últimos anos.

O posicionamento pode render um prêmio de valor junto aos consumidores e também aos investidores, embora a empresa não apresente tais questões como força motriz dessa estratégia – aliás, nem mesmo como argumento.

É crescente o número de gestores de recursos que se rendem ao modelo ESG, seja como fator de seleção para investimentos, seja pela simples admissão de valor adicional pela conduta empresarial. A lista inclui a maior gestora independente do mundo, a BlackRock, e a casa fundamentalista mais tradicional do mercado brasileiro, a Dynamo — além de outros nomes relevantes como Constellation e JGP, por exemplo.

O grupo fez o anúncio global de seu projeto de sustentabilidade 20-30 ao longo da manhã de hoje, em dois eventos digitais — um coordenado a partir de Paris e outro, de São Paulo. O plano tem três pilares: enfrentar as mudanças climáticas e proteger a Amazônia, defender os direitos humanos e adotar amplamente a economia da recirculação e regeneração.

A brasileira Natura — origem do grupo — já tem índices negativos de emissão de carbono desde 2007, mas ainda há muito a fazer nas demais operações. O projeto de atingir o mesmo patamar até 2030 nos demais negócios representa uma antecipação de 20 anos no compromisso firmado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O programa da Natura &Co para esta próxima década inclui intensificar as ações de proteção da Amazônia. Atualmente, a companhia preserva 1,8 milhão de hectares de mata na região, uma área equivalente à metade da Holanda. A meta é ampliar a geografia atendida para 3 milhões de hectares, até 2030, e promover “esforços coletivos para garantir o desmatamento zero” dentro de cinco anos.

Todo o planejamento da companhia e ainda os investimentos incluem ampliação da diversidade e equiparação de salários de funcionários. O objetivo é aumentar a diversidade em 30%, levando em consideração as questões raciais ou étnicas, sexual e de identidade de gênero, além de desfavorecimento social e econômico e pessoas com deficiência. Além disso, a meta é ter 50% das posições de liderança ocupadas por mulheres — a sugerida pela ONU é de 30% — e com salários iguais, até o fim de 2023.

O modelo prevê adotar o conceito de renda digna para todos os seus associados, o que inclui as 35 mil pessoas que vivem em comunidades fornecedoras de matérias-primas para o grupo.

“Entendemos o momento crítico em que vivemos e o papel que as empresas precisam desempenhar para se engajarem e se comprometerem com uma sociedade melhor, mais sustentável e mais inclusiva”, disse Marques.

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