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Após Ultrapar, emissões de brasileiras no exterior beiram R$ 33 bi

Petrobras puxou fila de emissões de dívidas corporativas, seguida por Nexa, Rumo,Vale e agora Ultrapar

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GV

13 de julho de 2020 às 18:30

A Ultrapar acabou de levantar mais 350 milhões de dólares em bônus emitidos mercado externo, com a reabertura de uma operação realizada no ano passado, com prazo de dez anos. Portanto, os papéis vencem em 2029. A demanda superou a oferta em 80% e alcançou 630 milhões de dólares. O cupom ficou em 5,25%. Com isso, a companhia reforça o caixa em quase 1,9 bilhão de reais e alonga o prazo de seus compromissos. O coordenador global líder da operação foi o Morgan Stanley. Também atuaram na coordenação Itaú BBA e Santander, e Bradesco BBI, Mizuho Securities, MUFG e Scotiabank completaram a distribuição.

A companhia vem engordar a time de grandes empresas nacionais que captaram fora do Brasil após a pandemia ter estressados os mercados: Petrobras, Rumo, Vale e Nexa Resources (antiga Votorantim Metais, após combinação com peruana Milpo). Juntas, essas cinco empresas levantaram 6,1 bilhões de dólares, o que ao câmbio atual é nada menos do que quase 33 bilhões de reais. A Raízen, mais uma companhia do Grupo Cosan, como a Rumo, já tem aprovação de seu conselho de administração para reabrir uma emissão do ano passado e buscar mais 300 milhões de dólares.

A Petrobras, como quase sempre, foi quem reabriu o mercado externo, com uma operação de 3,25 bilhões de dólares. O mercado de dívida local tem melhorado, mas os resgates dos fundos de crédito prejudicaram a liquidez. Assim, companhias em busca de volumes maiores e agilidade estão optando por emitir fora do país, onde a profundidade das reservas disponíveis é maior. Internamente, as operações incentivadas, que podem ser repassadas pelos bancos no mercado secundário, já têm encontrado boa demanda.

No começo do ano, a Ultrapar diante do cenário de instabilidade, a companhia havia captado 1,5 bilhão de reais internamente, 85% em notas promissórias e 15% em linhas de crédito. Ao fim de março, a Ultrapar tinha 11,4 bilhões de reais em dívida líquida, considerando os compromissos com arrendamento — o que era equivalente a 3,27 vezes o Ebitda dos últimos 12 meses. Embora tenha 53% de seus compromissos financeiros expostos à moeda estrangeira, a Ultrapar tem hedge para mais de 80% da posição. O balanço de março da empresa apontava para vencimentos de 1,8 bilhão de reais nos 12 meses seguintes. A posição de caixa mais aplicações somava 7,25 bilhões de reais.

Holding que abriga os investimentos na distribuidora de combustíveis Ipiranga, na companhia de gás Ultragaz, na química Oxiteno, na empresa de armazenagem Ultracargo e na rede de farmácias Extrafarma, a companhia consolidou um fluxo de caixa positivo em 731 milhões de reais nos três primeiros meses do ano, 184% maior do que no mesmo período de 2019. De todos os negócios, o mais afetado pela pandemia é a operação da Ipiranga, com redução das vendas e perda no valor dos estoques, embora Oxiteno e Extrafarma também tenham registrado já nos três primeiros meses do ano os efeito da redução da demanda internacional e do fechamento de unidades pela estratégia do isolamento social.

 

 

 

 

 

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