Logo Exame.com
Ouro

Os planos de ouro da Aura para fazer a ação mais que dobrar

Para o CFO da mineradora, papel ainda está subvalorizado, mas deve ganhar fôlego com projeções otimistas para a mina de Borborema

Aura: Borborema deve ser uma das principais alavancas para a ação (Getty/Getty Images)
Aura: Borborema deve ser uma das principais alavancas para a ação (Getty/Getty Images)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 5 de setembro de 2023 às 11:07.

Última atualização em 5 de setembro de 2023 às 12:32.

A mineradora Aura quer mostrar ao mercado que o que reluz é mesmo ouro. A empresa concluiu os estudos de viabilidade para o Projeto Borborema, no estado do Rio Grande do Norte, com a projeção de produzir 748 mil onças (oz) de ouro ao longo de pouco mais de 11 anos. Um projeto de valor presente líquido (VPL) de US$ 182 milhões e que ajuda a explicar por que analistas do banco Safra acreditam que o papel da companhia deve passar dos R$ 73, uma valorização que corresponde a mais do dobro da cotação atual da BDR.  

Os números positivos levaram a mineradora a decidir aumentar sua fatia de 80% para 100% do ativo, comprando os 20% que pertenciam à Dundee Corporation. A Dundee vai converter sua fatia em royalties de 1,5% sobre as primeiras 1.500.000 onças vendidas e 1% sobre 500.000 onças seguintes. Quando a produção chegar a 2.000.000 de onças, o contrato de royalty é encerrado.

A decisão dá “mais folga”, nas palavras do CFO Kebler Cardoso, para a mineradora chegar à meta de 450 mil onças de produção até 2025 – aproximando a mineradora do patamar das grandes do setor.  

Isso sem grande pressão na estrutura de capital, que ganhou reforço extra com o começo da operação comercial do projeto Almas, em Tocantins. “Se olharmos o que aconteceu nos últimos dois anos, construímos o projeto Almas com três unidades geradoras de caixa e conseguimos nos manter com alavancagem baixa. Agora temos quatro unidades geradoras de caixa”, diz Cardoso em entrevista ao EXAME IN.  

Borborema será uma mina de ouro a céu aberto, que, além da produção prevista de 748 mil onças de ouro, tem potencial adicional para expansão e um capex de construção estimado de US$ 188 milhões. Cada onça equivale a 30 gramas. Para a equipe de analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), o potencial total do projeto é de adicionar R$ 20 ao preço do BDR da companhia, já que a Aura tem tido sucesso em expandir seus recursos e reservas: aumentou seus recursos em 47% e suas reservas em 27%. O VPL também pode mais que dobrar, segundo o banco. Mas o relógio pressiona os avanços.  

Como observa o banco, a capacidade da empresa de converter 100% de seus recursos em reservas está atualmente limitada por uma estrada federal que atravessa os direitos minerais da Aura em Borborema. A empresa está tomando medidas que podem desbloquear uma produção adicional de 1,1 milhão de onças, mais que o dobro do que está atualmente considerado no estudo de viabilidade, mas isso deve levar, estima o BTG, ao menos de dois a três anos. 

O estudo de viabilidade veio trazendo projeções animadoras. Considerando o preço do ouro a US$ 1700 por onça, considerado um valor “conservador”, segundo Cardoso, o retorno é de 22% ao ano. Se o preço do ouro subir para algo na casa dos US$ 1900, essa taxa vai a 50% “É quase imbatível”, diz Cardoso.  

Essas perspectivas devem dar fôlego ao papel, acredita o CFO. “Aquilo que antes era uma promessa, começa a se materializar e analistas e investidores começam a ver que realmente está amadurecendo”, argumenta Cardoso. Para ele, já faz algum tempo que há um consenso entre analistas do sell side de que a ação da Aura está subvalorizada. 

A empresa canadense é um caso de recuperação. Em 2016, foi comprada por investidores financeiros. A retomada motivou a listagem de BDRs na B3 em 2020 – a mineradora já era listada na Bolsa de Toronto. E é o BDR que tem maior liquidez. No acumulado do ano, o recibo de ações se valorizou quase 11%, para R$ 33. “Hoje, nós temos sete analistas que cobrem a companhia entre Brasil e Canadá; desses sete, seis dão recomendação de compra e um está em revisão”, diz o CFO. 

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Continua após a publicidade
Brilhante como ouro: Safra inicia cobertura de Aura com recomendação de compra

Brilhante como ouro: Safra inicia cobertura de Aura com recomendação de compra

Oncoclínicas dobra aposta em sua cidade natal

Oncoclínicas dobra aposta em sua cidade natal