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GPA faz acordo de venda do Éxito para colocar R$ 790 milhões no caixa

Conselho aprovou proposta do Grupo Calleja, líder de mercado de El Salvador

Éxito: número 1 na Colômbia, rede de varejo alimentar tem mais de 600 lojas (Wikimedia Commons/Reprodução)
Éxito: número 1 na Colômbia, rede de varejo alimentar tem mais de 600 lojas (Wikimedia Commons/Reprodução)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 16 de outubro de 2023 às 07:52.

Última atualização em 16 de outubro de 2023 às 08:04.

Depois de duas propostas de compra e um processo de spin-off, o GPA finalmente definiu sua saída da rede colombiana Éxito, acelerando seu plano de melhora de liquidez bem como o plano de seu controlador, o grupo francês Casino, de sair dos ativos latino-americanos também reforçando caixa. Se concretizará a venda, o GPA vai receber R$ 790 milhões.

Na madrugada desta segunda-feira, 16, o grupo varejista anunciou a aprovação pelo conselho de um pré-acordo de venda para o Grupo Calleja, supermercado líder em El Salvador sob a marca Super Selectos. Dono de 60% do mercado de varejo supermercadista de El Salvador, o grupo detém 110 lojas. O acordo prevê a venda da totalidade da participação remanescente do GPA no Éxito, hoje de 13,31% após o spin-off.

Pela proposta, a rede Éxito foi avaliada em US$ 1,175 bilhão, equivalente a US$ 0,9053 por ação. Nessa estimativa, a fatia do GPA é de US$ 156 milhões.

O comprador vai fazer uma oferta pública de aquisição a ser lançada pela na Colômbia e nos Estados Unidos para aquisição de 100% das ações do Éxito, sujeita à aquisição de pelo menos 51% das ações. A fatia de 34,05% detidas pelo Casino também são parte do pré-acordo.

O valor é próximo ao proposto pelo bilionário colombiano James Gilinkski em sua segunda oferta, em julho deste ano, ainda antes da conclusão da cisão. Gilinkski havia oferecido US$ 586,5 milhões por 51% da empresa, o que representaria US$ 1,15 bilhão pela totalidade do capital social.

À época, o conselho da companhia afirmou que a proposta “não atendia a parâmetros adequados de razoabilidade financeira para uma operação visando o controle”. Ainda de acordo com o comunicado, a proposta não garantia apoio ao GPA para qualquer alternativa que ele quisesse tomar para sua fatia no negócio.

Segundo o GPA, a proposta de agora do Grupo Calleja é mais um “avanço relevante” do plano de redução da alavancagem financeira, por meio da venda de ativos não core. A empresa já concluiu a venda de 11 lojas por meio de sale and leaseback, no total de R$ 330 milhões e dos quais recebeu R$ 140 milhões no segundo trimestre e R$ 190 milhões no terceiro trimestre.

Também vendeu um terreno na Barra da Tijuca por R$ 247 milhões, registrados no terceiro trimestre e se desfez de outros ativos fora da estratégia da empresa que levantaram mais R$ 52 milhões também no terceiro trimestre. A companhia segue em negociação de ativos não core.

Ao fim do segundo trimestre, o GPA detinha uma dívida bruta de R$ 6,16 bilhões, sendo pouco mais de R$ 1,5 bilhão de curto prazo.

Hoje, o valor de mercado do GPA é de R$ 935 milhões. 

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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