Em meio à rodada de US$ 25 mi, rede The Coffee ganha o mundo
Rede minimalista e com visual super urbano já tem dez unidades internacionais abertas ou em fase de inauguração, e mais de 100 no Brasil
Publicado em 28 de outubro de 2021 às 09:50.
Última atualização em 28 de outubro de 2021 às 11:08.
A The Coffee, a rede minimalista que repaginou o conceito urbano de cafeteria, saiu de Curitiba em 2018 para ganhar não só o Brasil, mas o mundo em apenas três anos — e com uma pandemia espalhada pelo globo. Em meio à segunda rodada de captação, que dessa vez mira US$ 25 milhões, vai terminar 2021 com mais unidades do que a Starbucks no país, com seus 130 pontos.
Ainda que as propostas de cada uma das bandeiras sejam incomparáveis, não deixa de ser um feito conquistar esse espaço. A The Coffee começou o ano com 35 lojas, tem agora 107 e, considerando tudo que está mapeado e em fase de instalação, vai encerrar com 160 operações.
Não bastasse superar sua própria meta em 60% , dado que a previsão em dezembro de 2020 era fechar esse ano com 100 lojas, a rede fundada pelos irmãos Alexandre, Carlos e Luis Fertonani vai entrar em 2022 com dez unidades internacionais, principalmente na Europa. Muitas inauguram ao longo de novembro. “Continua tudo acontecendo muito rapidamente”, comenta Alexandre, em entrevista exclusiva ao EXAME IN, repetindo, mas agora com ainda mais intensidade, a sensação que já tinha em 2020. “Vemos da seguinte forma: a The Coffee nasceu no Brasil, mas é uma empresa do mundo.”
Com mais experiência a respeito da dinâmica dos mercados nacional e internacional — até dezembro, a rede estará presente em todas as capitais do país — , o plano para 2022 prevê 400 lojas no Brasil e entre 40 e 50 fora.
A invasão do trio ao velho continente começou em agosto, por Madri, na Espanha. Na sequência, em setembro veio Barcelona e até o fim do ano além de mais uma unidade na terra do arquiteto Antoni Gaudí, Valência também vai ter sua própria The Coffee. Neste mês de outubro chegaram a Paris (confira como é loja no fim da matéria). Já existem três unidades mapeadas para Lisboa e uma para Milão (janeiro). “A expansão internacional é um caminho sem volta. Vamos investir cada vez mais na Europa”, destaca Alexandre, e conta que estão em fase de buscar um ponto em Dublin, na Irlanda, para uma potencial abertura em fevereiro. "Daí, essa frente internacional destrava."
No continente americano, foi inaugurada neste mês uma operação em Bogotá, na Colômbia, e ao longo do começo de 2022 também deve vir a loja nos Estados Unidos, aí sim uma invasão na sede da Starbucks.
O conceito difundido pelos irmãos é quase um self-service de café, em uma unidade reduzida, com um balcão acessível pela rua. O cliente praticamente programa sua própria compra. E, apesar da raiz brasileira, as unidades têm pinta de japonesas. Tudo porque, em uma mistura improvável, os irmãos fundadores amavam as duas coisas: café e a cultura do Japão. Nem eles imaginavam que essa combinação daria tão certo.
No início, de acompanhamentos para o café eram apenas três opções para comer. Agora, a rede também está investindo na frente de produtos de “padaria”, ou bakery — já que é para acompanhar o coffee.
Atualmente, 40 unidades têm o cardápio completo e o objetivo, segundo Alexandre, é “incrementar muito a frente de food”. Com um menu mais extenso, faz todo sentido partir para o e-commerce e para o delivery. Além da própria expansão pedir uma distribuição azeitada, fazer entregas exige uma logística adequada. É por isso, segundo Alexandre, que essa rodada já é cinco vezes o valor do que foi levantado no fim de 2020, os US$ 5 milhões aportados pela Monashees.
No meio do caminho, entre essa segunda captação em andamento e a primeira, houve o que o fundador chamou de “pré-rodada”. Um investidor interessado colocou US$ 2 milhões sozinho, um dos sócios da Bain Company. “Mas uma expansão nessa velocidade e desse tamanho demanda investimento em tudo, equipe, tecnologia, produto. Tudo!”, comenta. Ao longo do ano, a empresa quadruplicou de tamanho o quadro de funcionários, que agora tem mais de 100 colaboradores.
A única questão que está diferente do que Alexandre planejou, e para menos, é o percentual de lojas próprias. A ideia, neste ano, era avançar muito com unidades proprietárias, de forma a terminar o ano com 50% do total em carteira. Entretanto, a demanda de franqueados foi tão grande que se tornou se um desafio acompanhar. “Consumidores fiéis e até quando vamos procurar os pontos surgem investidores interessados em ser fraqueados”, conta.
Até o momento, os investimentos totais em aberturas de unidades somam R$ 18 milhões, para a operação no Brasil, e 400 mil euros, para a Europa. Apesar de unidade fora do país ser mais cara — enquanto o custo aqui é em torno de R$ 150 mil e fora, pouco mais de 50 mil euros — , o prazo de “pay back” é o mesmo, de 18 a 24 meses. Pelo visto, os irmãos Fertonani modernizaram o café e junto, o sonho de uma cafeteria.
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