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WEG surpreende mercado com lucro 50% maior e ganhos de margem: efeito pontual ou nova tendência?

Mesmo com ritmo mais lento de vendas, na visão do mercado, empresa de motores aumentou receita em dois dígitos no segundo trimestre, para R$ 8,2 bi

NÃO USAR NÃO USARNÃO USARNÃO USARNÃO USARNÃO USARNÃO USARNÃO USARNÃO USARNÃO USARNÃO USARNÃO USARNÃO USARNÃO USARNÃO USARNÃO USAR (Leandro Fonseca/Exame)
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Karina Souza

Karina Souza

20 de julho de 2023 às 18:49

A WEG divulgou ao mercado um lucro líquido 50% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, de R$ 1,3 bilhão. O resultado surpreendeu analistas, que haviam projetado um resultado menor, na esteira de um crescimento mais lento de receita no período em comparação com o ano passado. Mesmo nesse ritmo mais devagar, na visão do mercado, vale lembrar que a empresa aumentou a primeira linha do balanço em dois dígitos altos (13%) totalizando R$ 8,2 bilhões em receita operacional líquida. Junto a isso, a companhia foi beneficiada por um ambiente de custos menores em relação ao mesmo período do ano passado, fatores que, combinados, impulsionaram a geração de caixa da empresa e o ganho de margem. Os números chamaram a atenção dos investidores e foram o principal ponto de perguntas durante o call realizado nesta manhã: afinal, até quando a WEG vai conseguir sustentar resultados como esses?

A resposta dita de André Salgueiro, diretor de finanças e RI da WEG, tanto no call com os investidores quanto em entrevista ao EXAME IN foi a mesma: ainda não dá para saber. “Tivemos uma margem Ebitda de 22,2% nos primeiros seis meses do ano, um patamar que era de 18,5% a 19% nos últimos três anos. Ou seja, registramos uma melhora importante, mas ainda não dá para cravar que vamos manter os números vistos agora no restante do ano. Podemos entregar, sim, um pouco acima do que fizemos ao longo dos últimos anos”, afirmou, em entrevista.

Enquanto essa relação permanece menos clara para a companhia, um outro ponto já foi confirmado pelo executivo. É a participação maior dos produtos de ciclo longo (grandes máquinas ou projetos) na receita em relação ao histórico da companhia. No segundo trimestre, 46% das vendas vieram a partir dos produtos dentro desse grupo, ante 35% na média histórica. 

“A dinâmica deve continuar positiva, pelo menos ao longo dos próximos dois a três trimestres. É possível que vejamos alguma oscilação nesse período, mas não deve mudar muito do que apareceu neste trimestre”, diz Salgueiro.

O fato se deve a uma combinação de fatores: demanda de indústrias ligadas a commodities (óleo e gás, mineração, papel e celulose, água e saneamento), além de produtos na área de energia, principalmente de geração eólica, solar centralizada e também alguns projetos de geração térmica e hídrica. Combinado a esse cenário, veio uma queda de demanda por produtos de geração solar distribuída — que fazem parte do ciclo curto. Essa categoria, de modo geral, engloba produtos seriados feitos pela empresa, como motores para linha branca, transformadores para distribuidoras e painéis de automação, por exemplo.

No trimestre, a WEG também apontou aos investidores um aumento significativo em investimentos. Foram R$ 444,8 milhões, quase o dobro da cifra investida no mesmo período do ano passado. Desse total, 34% foi destinado às unidades produtivas no Brasil e os demais 66% às instalações no exterior.

Boa parte das obras de ampliação de atividades devem ser concluídas até o fim de 2023. Alguns exemplos são: a expansão de fábricas nos Estados Unidos, os investimentos em transformadores para aumentar a verticalização e capacidade produtiva no México,  Atualmente, a empresa está concluindo a expansão de fábricas nos Estados Unidos e também realizando investimentos em transformadores para aumentar verticalização e capacidade produtiva no México, bem como a nova fábrica em Portugal para construir motores industriais. A empresa também trabalha na expansão da fábrica na Índia, a fábrica mais antiga de motores industriais de média tensão e geradores para também produzir aerogeradores. Será o primeiro país em que a empresa vai fornecer esse tipo de equipamento fora do Brasil. 

Por aqui, destacam-se investimentos em packs de baterias e outros na fábrica de Betim, transformadores, tintas e outras operações. “Continuamos no mesmo modelo, de ter fábricas em geografias diferentes e próximas de centros de consumo importantes, porque, no nosso negócio, prazo de entrega é super importante”, diz Salgueiro.

Para dar conta da demanda – e das inovações que surgem no mercado — a empresa também realiza investimentos frequentes em pesquisa em desenvolvimento. Hoje, a WEG investe de 2,5% a 3% da receita nessa frente e tem uma equipe de engenheiros de mais de 4 mil colaboradores no mundo todo. O foco? Eficiência energética e negócios digitais. Este último engloba a parte de sensores, monitoramento, leitura e acompanhamento de forma remota. 

Mesmo com todos esses investimentos e aportes, a WEG tem caixa líquido. “Não temos uma regra, mas gostamos desse modelo porque ao longo da história se provou positivo. Tendo flexibilidade, a gente consegue aproveitar em momentos específicos a nosso favor para alavancar crescimento. Na pandemia, por exemplo, antecipamos compra de matéria-prima e não paramos nenhuma das fábricas”, diz Salgueiro.

Todo esse conjunto de fatores foi percebido de forma positiva por analistas no segundo trimestre, que destacaram a resiliência da companhia mesmo em meio ao cenário macroeconômico mais duro para crescimento. Entrar nessa tese, entretanto, não é uma pechincha: a companhia é negociada a um múltiplo de Preço/Lucro de 25 vezes para o ano de 2024. 

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Karina Souza

Karina Souza

Repórter Exame IN

Formada pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada pela Saint Paul, é repórter do Exame IN desde abril de 2022 e está na Exame desde 2020. Antes disso, passou por grandes agências de comunicação.