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TALK SHOW EXAME IN: Daniel Peres, da Tropix, destrincha o metaverso

Herdeiro da Multiplan cria marketplace de NFTs Tropix e, de olho no potencial do metaverso, se prepara para ser uma tokenizadora

Daniel Peres, fundador da Tropix: NFTs movimentaram US$ 10,5 bilhões em 2021, até setembro, 35% em arte (Exame/Reprodução)
Daniel Peres, fundador da Tropix: NFTs movimentaram US$ 10,5 bilhões em 2021, até setembro, 35% em arte (Exame/Reprodução)
GV

Graziella Valenti

30 de outubro de 2021 às 10:25

“A tecnologia é que nem uma bicicleta para o cérebro”, é assim que Daniel Peres, fundador da plataforma de negociação de NFTs (sigla para token não-fungível) para artes digitais Tropix explica como o metaverso vai potencializar o mundo físico. O metaverso, esse mesmo que Mark Zuckerberg, fundador do Facebook decidiu apostar ao ponto de mudar o nome da empresa para Meta, é a mescla do mundo real ao digital.

Nesse ambiente misto, um universo de coisas ainda não pensadas pode acontecer. Por enquanto, a Tropix está aproveitando essa nova fronteira para desbravar o campo das artes digitais. Na plataforma criada por Peres, herdeiro do grupo Multiplan e até pouco tempo diretor de inovação da companhia de shoppings centers, as pessoas vão poder negociar NFTs e artistas poderão lançar suas obras, levando-as para leilão.

Daniel Peres é o entrevistado dessa quinzena do talk show do EXAME IN (confira o vídeo no fim do texto). Nesse bate-papo, fica mais fácil entender porque as perspectivas do metaverso estão dominando a cabeça de Zuckerberg.

O fundador da Tropix vê um ilimitado para o uso do blockchain e os NFTs. Para se ter uma ideia da velocidade que esse uso cresce, basta citar que em 2020, esses registros movimentaram entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões. Nesse ano, até setembro, a movimentação financeira com NFTs já ultrapassou US$ 10,5 bilhões e 35% foi no mercado de artes.

“Os NFTs empoderam o artista e toda a cadeia. Eles eliminam o risco de fraude por completo e ainda permitem a aplicação da lei do direito de sequência”, comenta Peres. As ilegalidades desaparecem porque o blockchain é um espaço descentralizado, em que todos podem acompanhar os registros e ver como trocou de mãos. Com isso, também fica simples para o artista receber os royalties das transações sequênciais que ocorrerem com sua obra.

Para o empreendedor, da mesma forma que revoluciona o mundo artístico, os NFTs também vão servir para tudo que é do mundo físico, imóveis, carros, moda, soja, boi e tudo mais que se puder pensar. “Estamos sendo procurados por um universo muito variado de empresas querendo entender esse potencial.”

Questionado se o blockchain e os NFTs poderão funcionar como bolsas para ativos financeiros com paralelo ao que existem hoje, como ações e títulos de dívida, Peres explica: “Já são usados. Nos Estados Unidos, já começaram a ocorrer operações de recompra de dívida nesse ambiente.”

“No longo prazo, o metaverso é transformador. É a capacidade de criar um universo digital sobre o real. Os NFTs são seus pertences desse mundo, uma verdadeira placenta digital [com o mundo físico dentro, mas não só].” E exemplifica: “você vai poder usar uma roupa no mundo físico e outra no metaverso, que só quem tiver óculos de realidade ampliada poderão ver.”

Por isso, os passos para Tropix já estão desenhados. Não apenas a ideia é partir para outros mercados além da arte, como também transformar a plataforma em uma tokenizadora. Ou seja, ir além de um marketplace. A Tropix vai se transformar em uma espécie de emissora dos NFTs, certificados únicos e irreplicáveis. Ele conta a novidade em primeira mão ao EXAME IN.

Peres começou a plataforma pela arte tanto porque foi o mercado que adotou os NFTs mais rapidamente quanto porque é apaixonado pelas artes. Um geek que adora a criatividade, seja em qual campo estiver. E adora aplicar essa capacidade para o universo corporativo.

Para que o metaverso se torne uma realidade disseminada, Peres entende que três coisas são necessárias: educação, uma disseminação a respeito do universo dos criptoativos e do blockchain; tecnologia e infraestrutura; e regulação. Sim, os governos terão de ser envolvidos para criar regras para esse ambiente.

Questionado quando tudo isso vai acontecer, quando o futuro vai virar presente, ele empresta uma frase que há muitas décadas é usada por especialistas para falar do mundo virtual: “o futuro já chegou, ele só é mal distribuído”. A sentença é atribuída ao autor americano de ficção especulativa, uma mistura de ciência e tecnologia, William Gibson, mas se espalhou mundo afora.

Antes de Peres, estiveram no programa Abilio Diniz (GPA), Felipe Miranda (Empiricus), Eduardo Mufarej (GK Ventures), Augusto Lins (Stone), Rodrigo Abreu (Oi), além da dupla de fundadores da OpenCo, Sandro Reiss e Rafael Pereira e de Fersen Lambranho, presidente do conselho de administração da GP Investimentos e da G2D. O último episódio a ir ao ar foi com Marcelo Barbosa, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, antes dele, Daniel Castanho, fundador e presidente do conselho de administração da Ânima Educação.

O programa recebe grandes personalidades para um bate-papo descontraído sobre os principais desafios, aprendizados e oportunidades do mercado brasileiro em suas áreas de atuação. Os episódios podem ser conferidos no canal da EXAME no Youtube e também no Spotify.

O que é o EXAME IN

O programa vem para complementar a produção de conteúdos do EXAME IN, a butique digital de notícias de negócios da EXAME e que conta também com uma newsletter desde março do ano passado. Comandada por Graziella, a newsletter tem o objetivo de fornecer acesso a informações sobre mercado de capitais, negócios, startups e macroeconomia em primeira mão.

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