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O veterano das teles responsável pelo novo Uber Chip

Gigante americana lança nesta quinta-feira serviço de telefonia móvel para motoristas e parceiros, comunidade com 1 milhão de pessoas

Uber Chip: pacote de conexão para motorista e parceiro, receita para a Surf (Germano Lüders/Exame)
Uber Chip: pacote de conexão para motorista e parceiro, receita para a Surf (Germano Lüders/Exame)
GV

Graziella Valenti

21 de janeiro de 2021 às 03:07

“Quando eu parei um pouco na vida, fui tentar de tudo que eu não sabia na vida. Mas queria saber. Tocar saxofone, surfar, essas coisas”, explica Yon Moreira, um veterano do setor de telecomunicações com passagem por Nortel, Lucent, Telefônica e Brasil Telecom, quando é perguntado sobre o inusitado nome de sua startup em telefonia móvel, a Surf.

Fundada em 2017, a companhia tem 1 milhão de clientes ativos surfando em suas ondas celulares e, ao longo de sua jovem história, já vendeu 2 milhões de chips. Especializada em ser uma operadora “white label”, ou seja, que provê o serviço para ser vendido com outra marca, a Surf vai ver seu mercado potencial dobrar a partir de hoje, em uma parceria com ninguém menos do que a Uber.

Mas o público-alvo do Uber Chip, que lançado nesta quinta-feira, 21, em São Paulo, não são os usuários dos serviços de mobilidade da gigante americana, mas sim os motoristas e entregadores parceiros. No Brasil, essa comunidade tem nada menos do que 1 milhão de pessoas cadastradas — 20% da base mundial da companhia. O chip vai estar disponível apenas em São Paulo, nessa largada, mas ao longo de 2021 chegará em todos os locais em que a empresa opera.

É a primeira iniciativa desse tipo da Uber no mundo, segundo a diretora Silvia Penna. O objetivo — é bastante óbvio — não é fazer receita com serviços de telecomunicações, mas sim aumentar o engajamento da base de motoristas. Inclusive, existe possibilidade de que quanto mais corridas realizadas e quilômetros percorridos, o pacote acumule descontos.

O plano foi desenhado em conjunto com a Surf para ser reflexo da demanda desse público, segundo Silvia. O pacote custa de R$ 20 a R$ 35 reais e dá direito a algo bem importante: acesso ao aplicativo Uber Driver sem consumo da franquia de dados. WhatsApp e Waze também têm uso ilimitado, e o conjunto inclui 9 GB para navegação na internet e mais ligações sem limite, inclusive interurbanas. Os valores dependem da categoria do motorista: quanto mais engajado é o parceiro, menor o preço de seu pacote.

A Uber está presente em mais de 500 cidades do Brasil. E a Surf? “Tem chip meu em 5.000 municípios, dos 5.600 do país”, diz com orgulho Moreira. Pudera. A lista de clientes não é nada pequena, e reúne de nomes como Magazine Luiza, Correios, passando por Algar Telecom, grandes clubes de futebol como São Paulo, Fluminense, Cruzeiro e até comunidades, como a Rocinha, no Rio de Janeiro, e Paraisópolis, em São Paulo.

Moreira conta que em 2020 a receita da Surf dobrou e alcançou R$ 200 milhões, o que permitiu à empresa alcançar, no último trimestre do ano, o break-even — aquele momento em que o empreendedor respira aliviado porque vê o negócio pagar custos e despesas, sabendo que dali para frente o que vier é lucro. “O ano consolidado ainda não tem break-even. Mas, sozinho, no último trimestre, as contas fecharam.”

 

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