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Melhores e Maiores no IN: Como a JBS abriu novas avenidas para as próximas décadas em 2021

Proteína cultivada e seafood entram no portfólio da gigante

 (Germano Lüders/Exame)
(Germano Lüders/Exame)
GV

Graziella Valenti

16 de setembro de 2022 às 07:00

Não importou a disparada do preço do minério. Em 2021, a JBS (JBSS3) consolidou sua posição de maior companhia privada brasileira, com uma receita líquida de R$ 350 bilhões — maior que a da Vale, de R$ 293 bilhões. A supremacia sobre a mineradora já havia ocorrido, a questão é que nem os recordes da commodity tiraram a posição. Porém, muito mais do que a consolidação desse podium, o ano de 2021 foi um marco na companhia por representar a pavimentação do que o negócio será nas próximas décadas.

A JBS investiu quase R$ 20 bilhões no ano passado nessa construção, tanto com anúncio de expansões, projetos greenfield, como em mais aquisições internacionais. Foram compradas, entre outras, operações de marca na Europa e uma frente de seafood, fechando o portfólio em todas as principais proteínas (carne bovina, suína, aves e peixes). E o objetivo é fazer com o segmento de seafood o mesmo que foi realizado nas demais proteínas.

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“Em 2007, quando fizemos nosso IPO (oferta inicial na bolsa) éramos um negócio de uma só proteína e hoje somos considerados uma das maiores empresas de alimentos do mundo”, afirma Gilberto Tomazoni, CEO Global da companhia. “Estamos colocando outro mix, outro tempero, na nossa expansão, pois todos os investimentos foram nos segmentos de valor agregado e marcas”, completa ele. Não por acaso, a JBS foi a vencedora do Prêmio Melhores e Maiores da EXAME de 2022 na categoria alimentos, ou seja, deixou para trás seu destaque apenas no setor de agronegócios.

Para se ter uma ideia do que Tomazoni quer dizer, a única comparação possível atualmente é com o conglomerado Nestlé. Com seus quase 70 anos, a companhia de origem brasileira teve no ano passado uma receita equivalente a US$ 63 bilhões. Já a anglo-suíça acumulou US$ 92 bilhões de faturamento em 2021, com 155 anos de história.

Entre outros feitos já mais conhecidos nas proteínas tradicionais mundo afora, como a posição privilegiada na América do Norte, a JBS tornou-se também uma das mais relevantes empresas da charcutaria italiana, tem uma posição estratégica em alimentos plant-basead e no fim do ano passado entrou em um mercado totalmente novo que é o da proteína cultivada, pela multiplicação celular.

A JBS colocará US$ 200 milhões para levar a charcutaria típica da Itália para produzir em solo americano e, no fim do ano passado, investiu US$ 100 milhões na compra da espanhola BioTech Foods. Atualmente, a operação da Espanha de cultivo de proteína (um mercado ainda com desafios regulatórios) produz, em estágio piloto, 1 tonelada de proteína. A expectativa é que o negócio entre em fase comercial em 2024, com uma capacidade de 1.000 toneladas anuais.

Todas essas bases foram lançadas em 2021, quando a companhia teve lucro líquido de R$ 20,5 bilhões. “Novas avenidas de crescimento foram abertas”, ressalta Tomazoni. Para completar, além do investimento em expansão, a companhia ainda colocou R$ 7 bilhões na frente de sustentabilidade social e ambiental, desembolsou R$ 7,4 bilhões em dividendos e outros R$ 10 bilhões em recompra de ações. E tudo isso foi feito com redução da alavancagem. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda anual fechou dezembro em 1,5 vez — metade do indicador em 2018.

Confira a íntegra da Edição Melhores e Maiores 2022 aqui.

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