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Remy Sharp
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Infraestrutura, agronegócio, energia, mineração, farmacêutico. A ampliada gama de mercados foi o foco de interesse de uma delegação de 150 sauditas em passagem pelo Brasil na última semana.

O país está interessado em mais do que capitalizar os investimentos financeiros nos próximos anos, segundo executivos que acompanharam a comitiva saudita, ouvidos pelo EXAME In. Em uma maratona de reuniões no Brasil, empresários, investidores e políticos sauditas mostraram um compromisso com um projeto de futuro para a Arábia Saudita.

Eles estiveram no Brasil para encaminhar negociações que garantam ao país as ferramentas que no médio e longo prazo diversifiquem a economia e tragam sustentabilidade em alimentos, energia limpa, água e medicamentos. A preferência é por negócios em que possam se associar e garantir a destinação de produtos e tecnologia para o Oriente Médio. São objetivos condensados no Vision 2030, um plano para abrir a economia saudita ao mundo.

Nesse mapeamento, o Brasil entrou na rota por uma soma de fatores. O país é um importante fornecedor global de alimentos e um líder natural na energia limpa. Tem, também, um ambiente político e empresarial aberto e distante dos nós geopolíticos globais.

O PIF, o fundo de investimento do governo saudita, tem como meta investir US$ 1 trilhão nos próximos anos pelo mundo. Caso o Brasil receba 2% do total, já seriam US$ 20 bilhões, volume que explica a agitação que tomou conta da Faria Lima nos últimos dias.

O desafio das empresas brasileiras é originar os negócios, como explica Mario Cavalieri, sócio responsável pela operação do banco BTG Pactual no Oriente Médio. O BTG (do mesmo grupo de controle da EXAME), se consolidou como um protagonista na aproximação entre a Arábia Saudita e o Brasil.

Nos últimos quatro anos, Cavalieri acompanhou André Esteves, sócio sênior do BTG Pactual, em visitas à Arábia Saudita, que incluíram apresentações e encontros com autoridades. Em 2021 e 2022, Esteves participou do Future Investment Initiative (FII), ou 'Davos no Deserto', como é conhecido popularmente o fórum. Neste ano, será um dos principais palestrantes do fórum.

Em 2022, o BTG foi o primeiro banco latino a pedir licença de operação na Arábia Saudita, onde ficará sediado seu headquarter regional no Oriente Médio. O banco está formando uma equipe local de executivos, chefiada por um membro de uma das famílias mais ricas do país do Oriente Médio.

O foco nesse primeiro momento estará direcionado a três áreas, começando por Investment Banking, focado em transações entre Brasil e Arábia Saudita. Entre os negócios desta empreitada está a venda de 13% da unidade de metais básicos da Vale para a saudita Manara Minerals, anunciada em 27 de julho, como parte da estratégia do PIF.

O BTG Pactual ainda vai estabelecer por lá uma vertical de commodities e uma gestora que já tem US$ 1 bilhão em carteira. O banco já administra recursos sauditas faz tempo. Hoje, estão sob gestão recursos do PIF e da SAMA, a autoridade monetária local. A relação com os sauditas, vale dizer, não implica em exclusividade – tanto o banco mantém negociações com outros países da região, como os sauditas têm negociações com outras instituições brasileiras.

A aproximação chega em um momento de transformação para a Arábia Saudita. Mohammad bin Salman, o príncipe herdeiro saudita, tem promovido ações de olho em uma modernização do país de 36 milhões de habitantes. Sua visão é também liderar a atração de investimentos para todo o mundo árabe, o que eleva a população para mais de 1 bilhão de pessoas e turbina o potencial de negócios para as empresas brasileiras.

O interesse estratégico pelo Brasil levou a Arábia Saudita a assinar, em 2019, um memorando de investimento de US$ 10 bilhões junto ao governo do então presidente Jair Bolsonaro. Em 2023, foi o governo de São Paulo quem convidou a comitiva saudita a vir ao Brasil, numa agenda que reuniu encontros com autoridades e eventos privados, como o Summit para 200 convidados organizado pelo BTG.

Os objetivos são de longo prazo, mas empresários ouvidos pelo EXAME In acreditam que cerca de 5 negócios podem ser fechados já no curto prazo, como decorrência das conversas realizadas em São Paulo. Todos eles relevantes tanto para os empresários brasileiros, quanto para o futuro da Arábia Saudita.

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