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Câncer

Com Unimed Recife, Oncoclínicas cresce no Nordeste

Empresa vai investir R$280 milhões em cinco anos em parceria com a maior operadora de saúde da capital pernambucana

Oncoclínicas: parceria aumenta penetração da empresa em Pernambuco (Onoclínicas/Reprodução)
Oncoclínicas: parceria aumenta penetração da empresa em Pernambuco (Onoclínicas/Reprodução)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

12 de setembro de 2023 às 07:00

A Oncoclínicas está aumentando sua presença no Nordeste. A empresa fechou um acordo de parceria com a Unimed Recife para coordenar toda a linha de serviços médicos ambulatoriais oncológicos e de terapias sistêmicas imunomediadas para a maior operadora de saúde da capital pernambucana pelos próximos 30 anos.

O acordo aumenta a penetração da companhia no Estado, onde já opera com quatro unidades, e vai aumentar sua participação em todo o mercado nacional, atualmente em 18%.

Com 134 unidades em 13 Estados, a Oncoclínicas tem maior presença em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, além do Distrito Federal.

A empresa de saúde investida pela Goldman Sachs – hoje com 45,48% após vender uma fatia no follow on de junho – investirá até R$ 280 milhões em cinco anos, sendo R$ 168 milhões já no fechamento da transação e os R$ 112 milhões restantes ao longo desse período, de acordo com o atingimento de metas. A operação também depende da aprovação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A operadora recifense tem aproximadamente 182 mil beneficiários, além de coordenar mais 90 mil beneficiários do Sistema Unimed em Recife, por meio do regime de intercâmbio. Em 2022, a empresa registrou um volume de tratamentos infusionais ambulatoriais de cerca de R$ 200 milhões.

Segundo fato relevante que acaba de ser publicado, a Unimed Nacional terá o direito de participar do acordo, com formato ainda a ser definido pelas partes. Há quase um ano, a operadora de saúde e a Oncoclínicas criaram uma joint venture que permitiu que as Unimed regionais criassem parcerias para a gestão oncológica.

Parcerias desse tipo têm sido uma das apostas de crescimento da empresa em todo o setor de saúde. No início desse ano, o Cade aprovou o acordo com a Porto Seguro (seguradora com mais de 400 mil vidas, principalmente em São Paulo) para criar uma JV de oncologia. A Oncoclínicas detém 60% e a Porto, 40%. Por meio da JV, as duas operam um modelo de cuidados integrados.

As parcerias são um meio das operadoras verticalizarem a operação e lidar com desafio dos altos custos do tratamento oncológico. A Oncoclínicas oferece aos seguradores de saúde sua capacidade em oncologia a um preço mais competitivo em troca de um fluxo garantido de pacientes. Essas parcerias funcionam como uma espécie de integração vertical virtual para planos de saúde, reduzindo o desperdício e exames/tratamentos desnecessários.

O BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a Exame) estima que a participação da Oncoclínicas no mercado de clínicas de tratamento oncológico deve chegar a 21% este ano e a 24% em 2025.

Hoje, segundo o banco, os concorrentes Dasa e Rede D’Or detém, respectivamente, 5% e 10% do mercado de clínicas de tratamento oncológico, dos quais os 67% restantes estão pulverizados entre outros grupos de saúde.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado