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Com “bolha 5G” em Pradópolis, São Martinho e TIM miram nova revolução no agro

Produtora de açúcar e álcool se une ao Cubo e quer atrair startups para projetos de conexão no campo

LA

14 de outubro de 2022 às 14:22

O sinal 5G começou a chegar às grandes cidades brasileiras nas últimas semanas, mas o sinal ainda não está amplamente disponível. No interior de Pradópolis, cidade de 20 mil habitantes a 300 quilômetros de São Paulo, por sua vez, o 5G já é realidade. É onde fica a usina São Martinho, maior unidade de processamento de cana do grupo com o mesmo nome. A São Martinho investiu para ter seu próprio sinal 5G e, com ele, levar uma nova revolução ao campo.

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O projeto foi concebido em parceria com a operadora de telefonia Tim, e com equipamento da Ericsson, e disponibiliza sinal 4G e 5G tanto para uso privado quanto para a comunidade no entorno da usina. O objetivo é ampliar as possibilidades do uso de inteligência artificial na fazenda e na fábrica. “Cerca de 80% do custo da nossa indústria está da porteira para dentro, e investir em tecnologia é essencial para melhorar a produtividade”, afirma Fábio Venturelli, CEO da São Martinho, ao EXAME IN.

As tradicionais usinas de açúcar e álcool estão em transformação. Esta semana, a Cosan, um dos mais tradicionais grupos do setor, por exemplo, anunciou investimento de até 22 bilhões de reais para virar acionista da mineradora Vale. A aposta da empresa é em se fortalecer como um gestor de porftolio de energia, commodities e transporte. A São Martinho, em outra direção, segue buscando oportunidades da porta para dentro, mirando o potencial do mercado energético nas próximas décadas.

“A indústria de cana no Brasil é a que produz, no mundo, o barril de carbono ao menor custo, e isso é um imenso diferencial competitivo”, diz Venturelli.

A São Martinho tem em Pradópolis a maior usina de cana do país, com 10 milhões de toneladas de capacidade. É a mesma produção da Costa Rica, por exemplo. No total, as 4 usinas da companhia têm capacidade de 25 milhões de toneladas. A companhia faturou 5,7 bilhões de reais no balanço divulgado este ano, um avanço de 33% em relação a 2021. A margem operacional chegou a 54,5%, ante 50,6% no ano anterior.

A companhia já produz o dobro da média nacional: são mil toneladas por colhedora por dia. Seguir crescendo, e ampliando a produtividade, é um desafio para o qual a empresa busca cada vez mais respostas na tecnologia. “Os 400 mil hectares de nossa propriedade têm conexão 5G melhor que em São Paulo”, diz o CEO.

A São Martinho foi pioneira na mecanização da colheita, nos anos 90, e um usar uma colheita 100% crua, sem queima da cana. De 15 anos para cá, começamos a usar GPS de alta precisão. A conexão 4G, implementada nos últimos 5 anos, permitiu a conexão de máquinas, piloto automático e a colheita de informações em tempo real de cada metro quadrado da propriedade.

Agora, a empresa está testando as possibilidades do 5G em seu centro de operações logísticas. A nova tecnologia diminuiu o tempo de resposta entre as máquinas, a latência, o que abre uma série de novas possiblidades. Um dos testes é com drones que se comuniquem por celular, e não por radiofrequência, ganhando autonomia e precisão.

Os planos são usar a “bolha 5G” na propriedade para atrair outras empresas de tecnologia para o agronegócio. Em julho de 2021 a São Martinho patrocinou a criação de um hub voltado agronegócio dentro do Cubo, a incubadora tecnológica do Itaú. De lá para cá a São Martinho investiu na estrutura de cabos e antenas, e organizou os dados para dar suporte a empreendedores. O plano é receber até 10 projetos simultaneamente em Pradópolis.

“O agro precisa de conectividade. Quando olhamos para o potencial do 5G, dizemos que pode mudar o país nos próximos 10 anos”, diz Paulo Humberto Gouvêa, diretor de soluções corporativas da TIM no Brasil. A São Martinho investe para que os benefícios venham o quanto antes.

 

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