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Com 31 shoppings, brMalls mira o digital e isenta aluguel na pandemia

Contra coronavírus, CEO da companhia, Ruy Kameyama, conta que cliente não terá de pagar taxa se aderir ao Delivery Center

Shopping: a brMalls é administradora de 31 shoppings espalhados pelo país com receita líquida de 1,3 bilhão de reais em 2019 (Classen Rafael/EyeEm/Getty Images)
Shopping: a brMalls é administradora de 31 shoppings espalhados pelo país com receita líquida de 1,3 bilhão de reais em 2019 (Classen Rafael/EyeEm/Getty Images)
BC

Beatriz Correia

22 de abril de 2020 às 21:06

A brMalls, administradora de 31 shoppings espalhados pelo país com receita líquida de 1,3 bilhão de reais em 2019, vai isentar os lojistas do aluguel durante o período de fechamento do comércio na pandemia da covid-19.  O anúncio da medida foi feito na tarde desta quarta-feira, 15, pelo presidente da companhia, Ruy Kameyama, durante transmissão ao vivo da Exame Talks.

“Entendemos que a iniciativa é muito importante para ajudar o lojista a ter fôlego nesse momento. E, para o shopping, é esse essencial cuidar dessa relação para preserva o equilíbrio do mix de lojas das nossas unidades”, disse o executivo em seguida, ao EXAME IN.

Kameyama explicou que a isenção está atrelada a duas medidas: à manutenção do pagamento em dia da taxa de condomínio, que teve redução da ordem de 50% em média, e à adesão ao Delivery Center, a startup de entregas que transforma os shoppings em centros de distribuição e tem como sócios, além da brMalls, a concorrente Multiplan e ninguém menos que José Galló, presidente do conselho de administração da Lojas Renner.

A medida, portanto, vai muito além de estender a mão ao lojista. Trata-se de um passo bastante agressivo da brMalls na estratégia digital, que a pandemia transformou na maior vedete de todo o varejo. Muitas mudanças de hábito ocorridas nesse período serão definitivas. Atualmente, oito unidades da companhia atuam com a Delivery Center e o plano é alcançar a totalidade das lojas até o fim de 2020. Mas o lojista faz já o compromisso de adesão agora por essa iniciativa da empresa.

“Para o lojista, o custo do aluguel representa de 7% a 8% das vendas. Isso é importante, mas não é o que vai fazer diferença para o varejista enfrentar a crise. O que resolve a crise é o restante dos 100% da receita e, para isso, o lojista precisa vender”, enfatizou o presidente da brMalls. De acordo com ele, ao aderir à Delivery Center, o lojista consegue acessar canais digitais e de distribuição – e, dessa forma, continuar faturando com o comércio fechado. Além disso, o executivo enfatizou que esse canal será importante mesmo após a reabertura.

O número médio de entregas mensais pré-pandemia estava em 5 mil por shopping da brMalls que opera com a Delivery Center. Após a pandemia, essa média saltou para 6,5 mil ao mês. Kameyama explicou que esse ganho de escala amplia a eficiência logística e as entregas ocorrem mais rapidamente. A média está em 48 minutos para alimentação e duas horas para outros bens. O total transacionado pela brMalls pelo Delivery Center, em abril, cresceu 70% ante a média janeiro e fevereiro. Quando são considerados os produtos não-alimentação, como presentes e cosméticos, essa expansão foi de 1.700%.

O executivo destacou que o desenvolvimento desse modelo é muito importante no longo prazo, pois trará ainda mais relevância para os shoppings na estratégia das companhias varejistas. No curto prazo, além de ganhar como acionista da Delivery Center, a brMalls se beneficia ao ampliar as vendas.

As lojas pagam à companhia a taxa mínima de aluguel mensal mais um percentual adicional relacionado às vendas. Da receita bruta de 1,45 bilhão de reais em 2019, pouco mais de 1 bilhão veio da receita de aluguéis.

Para Kameyama, a companhia tem condições de pensar no longo prazo e ajudar o lojista a enfrentar a atual crise, de forma a dar mais estabilidade ao negócio das administradoras de shopping no longo prazo. Ele destacou que a empresa tem uma posição confortável de caixa para o momento, da ordem 900 milhões de reais. Esse total inclui uma captação realizada na segunda semana de março de 300 milhões de reais em linha de crédito bancário. A dívida bruta ao fim de dezembro totalizava 2,7 bilhões de reais, com prazo médio de 3,8 anos.

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