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BTG Pactual desafia temporada: recordes de receita e lucro no trimestre

Retorno anualizado sobre capital alcança 21,5%, o maior desde 2016; maior que Santander e Bradesco, até agora

BTG Pactual: retorno anualizado sobre capital (ROAE) alcança 22% no terceiro trimestre
BTG Pactual: retorno anualizado sobre capital (ROAE) alcança 22% no terceiro trimestre
GV

9 de maio de 2022 às 06:27

O BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) trouxe um resultado de primeiro trimestre que desafia a tônica pessimista dessa temporada de balanços: recorde de receita e de lucro. Com perfil cada vez mais único no sistema financeiro, o banco apresentou crescimento acima dos neobancos e fintechs e retorno superior ao dos sólidos bancões tradicionais. O retorno sobre capital (ROAE) do primeiro trimestre alcançou 21,5%, o melhor desempenho desde 2016.

A receita líquida de janeiro a março da instituição somou R$ 4,4 bilhões, uma expansão de 56% na comparação anual e de quase 26% sobre o quatro trimestre de 2021. O lucro líquido ajustado atingiu R$ 2,1 bilhões, o que significa um avanço de 72% e 17%, respectivamente, ante o primeiro e o quarto trimestre do ano passado.

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“Este trimestre corroborou o nosso histórico de forte performance independente do cenário macro. Mesmo em um ambiente econômico mais desafiador, encerramos o primeiro trimestre com recordes de lucro e receita, impulsionado pelo nosso modelo de negócios integrado e pela expansão para novos segmentos”, afirma Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, em comentário distribuído à imprensa.

Com essa lucratividade, o retorno sobre capital do BTG Pactual superou o do Santander (20,7%),  do Bradesco (18%) e do Itaú (20,4%), que foi divulgado também na manhã desta segunda-feira, dia 9. Os números do Banco do Brasil serão divulgados na próxima quarta, dia 11.

O Índice de Basiléia do BTG, que voltou a ter o fundador André Esteves à frente do conselho de administração, terminou março em 15%, com pequena variação em relação aos 15,7% do fim de 2021.

Apesar de a ação do banco também ter sofrido nas últimas semanas, como todo o mercado, o desempenho do primeiro trimestre reforça a classificação que alguns investidores têm atribuído aos papéis da instituição: “all weather stock” — ação para qualquer clima, em uma tradução livre. O motivo para essa "catalogação" é a estratégia do banco de expandir novas frentes de receitas, mas dentro de um projeto de integração, no qual o crescimento de uma vertical é capaz de impulsionar também as demais.

Na sexta-feira, as units do BTG (BPAC11) encerraram o dia em R$ 21,90, com ligeira valorização desde o fim de 2021 (R$ 21,69). O desempenho é semelhante ao do Índice Bovespa, que depois da semana passada quase zerou os ganhos do ano, saindo de 104,8 mil pontos no fim de dezembro para os 105,1 mil do fechamento de sexta-feira.

Na semana passada, o analista do Itaú BBA Pedro Leduc, em um relatório com o título “Os seus problemas não são os meus”, destacava a oportunidade de compra das ações, considerando a expectativa para o balanço, para o qual previa um desempenho “estelar”. O especialista estimava um lucro líquido de R$ 1,7 bilhão.

O que o analista tentou traduzir, de forma simplificada, é que BTG Pactual pode aproveitar do mesmo ambiente que as demais grandes instituições financeiras, de aumento no spread bancário e seus desdobramentos na economia, sem correr o mesmo risco de inadimplência, uma vez que não está exposto ao segmento de crédito para pessoa física (o mais desafiador em momentos de alta na taxa de juros).

“Estamos confiantes que as micro questões que afetam os bancos (crédito) e outras plataformas de investimento (baixo ROAE) não vão se materializar no BTG”, escreveu o analista. Leduc destacava que não havia expectativa de problemas com crédito ou deterioração nos retornos do segmento wealth management. Acertou em cheio.

Entre os recordes do primeiro trimestre do BTG Pactual estão a receita de crédito no segmento corporate (grandes companhias) e de pequenas e médias, que avançou 47% na comparação anual, para R$ 817 milhões, e do wealth management, que quase dobrou, para R$ 570 milhões (alta de 93,5%, para quem prefere os detalhes).

Para coroar, o ambiente de volatilidade contribuiu para a forte atividade das mesas do banco. A receita de “sales and trading”, uma das fortalezas históricas da instituição, teve também a melhor performance desde 2016, somando R$ 1,5 bilhão —  alta de 83% na comparação anual — e com um VaR de 0,32%, abaixo da média histórica.

O desempenho dessas verticais mais do que compensou a queda na receita de investment banking, que sentiu a menor da atividade mercado no período e somou R$ 351 milhões, uma redução de 27,5% na comparação anual. Nos comentários sobre os números, o banco destaca que, apesar da baixa, manteve a liderança nesse segmento, em especial com as atividades em operações de fusões e aquisições e emissões de dívida.

Ao fim de março, o BTG Pactual tinha R$ 1,04 trilhão sob custódia — dos quais R$ 458 bilhões no wealth management, montante que aumentou 44% frente ao primeiro trimestre de 2021. Não custa nada lembrar que o BTG Pactual tem sinalizado aos investidores que essa é a frente que deve assumir a liderança das receitas em um futuro próximo, por ser uma das que oferecem maior espaço de expansão ao longo dos próximos meses e anos.

Essa vertical tem forte correlação com o projeto da instituição de ecossistema completo para clientes. Quanto mais recursos gere, mais o banco concentra a demanda por investimentos do mercado e, com isso, mais amplia a eficiência de distribuição dos produtos que origina.

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