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BTG é melhor posição para surfar o financial deepening, diz Itaú BBA

Ação do banco tem potencial para se valorizar mais 30% e está barata perto de outras histórias de crescimento da bolsa

GV

15 de dezembro de 2020 às 13:22

“Nascido para crescer.” Esse é o título do relatório de início de cobertura do BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME) feito pelo time de análise do Itaú BBA, liderado por Marcos Assumpção. Pelos cálculos desses especialistas, a unit do BTG Pactual tem preço-alvo de 115 reais, o que significa um potencial de valorização superior a 30% sobre a cotação atual, pouco acima de 88 reais. A recomendação é comprar os papéis.

É uma das principais histórias para se apropriar dos efeitos do “financial deepening” no Brasil. A expressão da moda é simplesmente "todo o core business do banco", na visão dos analistas do Itaú BBA. Financial deepening é uma expressão cada vez mais usada para definir o aumento da diversidade e do aprofundamento dos serviços financeiros na sociedade.

“O BTG Pactual é um banco de alto crescimento, rentável, diversificado e bem capitalizado na América Latina”, de acordo com os especialistas. Eles destacam que a instituição apresentou uma taxa de crescimento anual composta de 20% nos últimos dez anos e um retorno sobre capital médio de 21%.

Antes do estresse de março nos mercados, com a pandemia se espalhando mundo afora, o banco era avaliado em 55 bilhões de reais na B3 (fechamento de fevereiro). Há pouco, valia perto de 88 bilhões de reais — um ganho superior a 60% nesse intervalo.

De acordo com as estimativas do Itaú BBA, o BTG Pactual é negociado a uma relação entre preço e lucro de 17 vezes (na projeção de resultado para 2021) e de 2,6 vezes o valor de patrimônio (book value). Esses múltiplos equivalem a um prêmio “justificado” em relação aos grandes bancos listados na bolsa, de acordo com Assumpção. A explicação para esse “ágio” detido pelo BTG Pactual está no histórico de rentabilidade e na menor dependência do resultado das tradicionais taxas, considerando que o ambiente financeiro está cada vez mais competitivo e pressionado.

Apesar do prêmio sobre outros representantes do setor, o time de análise do Itaú BBA destaca que os preços atuais equivalem a um desconto em relação a histórias de grande crescimento. Apenas como comparação, o relatório aponta que o múltiplo entre preço e lucro projetado para 2021 de Banco do Brasil, Bradesco e Santander variam de 6,3 vezes a 11,4 vezes. Do outro lado, histórias de alto potencial de crescimento como a própria B3 (26,5x), Via Varejo (32,6x), Stone (94,9x) e Pag Seguro (39,7x) apresentam múltiplos substancialmente mais elevados.

A tese de investimento é calcada em uma perspectiva mais duradoura de taxa de juro baixo no Brasil. Somente as principais atividades do banco devem crescer uma média composta de 10% ao ano no intervalo de 2020 a 2025. A expectativa é que a receita do banco passe de 8,15 bilhões de reais para 13 bilhões de reais, de 2020 a 2025, sem considerar as operações de varejo. A selic baixa impulsiona basicamente todas as grandes frentes de operação do banco — sales & trading, asset management, wealth mangement, banco de investimentos e crédito corporativo —  e também é propulsora do crescimento nas frentes de varejo.

Só as atividades destinadas ao varejo devem alcançar uma receita superior a 6 bilhões de reais em 2025, pouco mais da metade disso da plataforma BTG Digital, dedicada a investimentos. Pelas estimativas do Itaú BBA a recém-lançada unidade de varejo, pode alcançar um valor de 28 bilhões de reais, equivalente a 31 reais por unit. Os especialistas acreditam que esse segmento trará ganhos interessantes e uma oportunidade de diversificação.

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