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Saúde

Bloom Care, a startup da maternidade, capta R$ 3 mi e 'prepara série A'

Na trilha da companhia de benefícios corporativos tem aceleração no laboratório do Facebook, estreia com a Natura e parceria com Porto Seguro

O nascimento da Bloom Care: da esquerda para a direita, as sócias Roberta Sotomaior, Antonia Teixeira e Bianca Cassarino (Daniel Pinheiro/Divulgação)
O nascimento da Bloom Care: da esquerda para a direita, as sócias Roberta Sotomaior, Antonia Teixeira e Bianca Cassarino (Daniel Pinheiro/Divulgação)

Publicado em 15 de fevereiro de 2022 às 09:15.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2022 às 12:47.

Roberta Sotomaior sonhava em mediar conflitos internacionais. Formou-se em diplomacia e depois de seis anos formada foi para Boston avançar nos estudos de relações internacionais. Nos Estados Unidos, dedicou-se especialmente à disputa entre Israel e Palestina. Foi lá que decidiu migrar da solução de problemas para a prevenção, depois de olhar atentamente para a situação das crianças em zonas de guerra e o condicionamento cultural “Mergulhei nesse assunto e me apaixonei. Descobri que pensar em solução de conflitos é como querer tratar câncer com band-aid. Tudo começa na criança e na família”, contou ela, em entrevista ao EXAME IN.

Daí, foi um passo para criar a Bloom Care, uma plataforma dedicada à saúde feminina e familiar, com foco na maternidade/paternidade para todos os modelos de família, que recebeu R$ 3 milhões em uma rodada pré-capital semente no fim de 2021. Participaram do aporte nomes relevantes do ecossistema de startups e saúde, como Rachel Horta, fundadora da Hekima e conselheira do Grupo Fleury, Renato Carvalho, presidente da Novartis, Marco Crespo (ex-CEO da Gympass) e Fernando Okumura (sócio gestor da KMR Ventures), além de nomes como The Next Company e IKJ Capital.

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A empresa usará os recursos que foram obtidos para investimento em tecnologia e dados e na expansão dos times de venda e atendimento em saúde. Ao mesmo tempo, já vai se preparar ao longo desse primeiro semestre para uma rodada ‘série A’. Junto de Roberta, desde a largada, está Antônia Brandão Teixeira, formada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e com experiência em inovação e tecnologia em empresas como Novartis e Grupo Havas — e nesse momento, em licença maternidade. A elas, se juntou também como sócia Bianca Cassarino, também FGV, com 15 anos de experiência no mercado financeiro, pelo Goldman Sachs, e ainda no Grupo Jereissati.

O projeto começou em 2018, dedicado ao conteúdo sobre o tema, após uma captação anjo. A revolução veio após um programa de aceleração durante seis meses do Facebook, dentro de um centro de inovação, para o qual a Bloom Care foi selecionada. Lá foi pensado e desenvolvido um caminho para monetizar o negócio e trazer escala. “Durante essa incubação também desenvolvemos muito nosso olhar para a questão da cultura de dados. Foi um grande laboratório de testes”, enfatiza Roberta.

Assim, em 2019, a Bloom Care se tornou um negócio B2B e tomou o formato de uma solução de benefícios corporativos. “Nós tivemos como primeiro cliente a Natura e fizemos uma avaliação de impacto durante sete meses, acompanhando 15 mil consultoras mães de crianças de zero a dois anos. Lá testamos indicadores de qualidade e satisfação e tivemos um dos maiores aprendizados na nossa jornada de produto. Entendemos que o conteúdo era muito importante, mas era preciso em algum momento falar com alguém. Foi aí que evoluímos de uma plataforma de conteúdo para essa estrutura de primeira clínica digital de saúde da mulher e da família e nos tornamos uma healthtech”, conta a empreendedora.

A mulher que é atendida dentro do aplicativo recebe um voucher da companhia na qual trabalha e, a partir daquele momento, passa a ser acompanhada por uma gestora de saúde que avalia seu perfil e suas necessidades daquele momento. Além do cuidado com a jornada, há uma estrutura de atendimento sob demanda, incluindo consultas presenciais, além de telemedicina.

Hoje, o acompanhamento está disponível para famílias com crianças de até dez anos de idade. São 15 especialidades e mais de 40 profissionais de diversos tipos, que passam por médicos ginecologistas, doulas, doulas de adoção, fonoaudiólogos, nutricionistas, médicos de família, psicólogos, entre diversos outros. Estão lá também conteúdos de especialistas que já são grandes comunicadores e influenciadores desse público como o pediatra Daniel Becker, a pscinalista dedica à maternidade Vera Iaconelli e o terapeuta familiar Alexandre Coimbra Amaral.

“Atualmente, cerca de 25% dos funcionários de uma empresa se encaixam no nosso público de beneficiários”, explica a executiva, que é também CEO da Bloom Care, além de fundadora. Hoje, a plataforma tem três pilares de atuação: bloom planejamento familiar, bloom gravidez e pós-parto e o bloom parentalidade e carreira. Em breve, haverá novos produtos, como o bloom saúde da mulher, para quem não está nesse momento planejando ou querendo ter filhos. Com isso, o escopo de atuação deve crescer para além do foco atual.

Os programas da Bloom Care, apesar de terem nascido centrados na mulher, já atendem também casais homoafetivos e pessoas que decidem partir para a carreira solo na criação de filhos. “Precisa ser inclusivo, o que desperta muito interesse das empresas que nos contratam, e o cuidado e atendimento precisam ser personalizados para fazer a diferença. Não existe um caminho padrão para todos”, destaca Roberta.

Nos últimos seis meses, a startup já realizou 1.700 consultas de telemedicina, 3.500 atendimentos via chat e contabilizou mais de 5.000 acessos ao conteúdo. No fim do ano passado, quando recebeu o aporte, a Bloom Care tinha uma carteira de seis companhias clientes e hoje já são 12 empresas. O ingresso dos funcionários é faseado — atualmente são 2.000 pessoas assinantes da plataforma e ao longo desse trimestre esse total deve triplicar, dentro dos contratos já assinados.

O modelo de negócios também está em evolução e, além de ser um programa de benefícios, a Bloom Care vai atuar ainda com parcerias com planos de saúde. O primeiro contrato acaba de ser fechado com a Porto Seguro. “Para a operadora de saúde, há muito valor ligado à redução de custo, como diminuição de partos cirúrgicos que não sejam necessários e redução de idas ao pronto-atendimento. Começamos a trazer os clientes no fim deste mês”, comenta a fundadora. "É uma cadeia de valor enorme e com muitas oportunidades."

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