28 de março de 2024 às 14:06
No século passado, o mercado tecnológico brasileiro teve alguns líderes que atenderam a demanda do país por tecnologias de audiovisual, eletrônicos que faziam parte do que havia de mais incensado à época.
A EXAME apresenta um panorama detalhado sobre quatro dessas marcas – CCE, Toshiba, Gradiente e Sharp –, explorando suas origens, evoluções, desafios e legados.
CCE: Comércio de Componentes Eletrônicos, a CCE foi uma empresa que marcou a história da tecnologia no Brasil. Fundada em 1964 por Isaac Sverner, a empresa era originalmente voltada para a importação e comercialização de componentes eletrônicos.
Na década de 1970, a CCE diversificou suas atividades, começando a fabricar equipamentos completos. A marca ficou conhecida por oferecer alternativas mais acessíveis ao consumidor brasileiro.
Em 2012, a CCE foi adquirida pela Lenovo, numa tentativa de expandir a participação no mercado brasileiro. No entanto, em 2015, a Lenovo devolveu o controle da empresa para a família Sverner.
Toshiba: é um conglomerado multinacional japonês fundado em 1939, com um vasto portfólio que abrange desde equipamentos de tecnologia da informação até eletrodomésticos e sistemas de energia.
A presença da marca no Brasil se deu inicialmente em 1968 como fabricante de transformadores, marcando um ano decisivo em 1977 com a formação da SEMP TOSHIBA, em parceria com a SEMP (Sociedade Eletro Mercantil Paulista).
Essa união foi responsável por trazer ao mercado brasileiro inovações como televisores com tela widescreen, além de consolidar o slogan marcante "os nossos japoneses são mais criativos que os japoneses dos outros".
Já a SEMP, fundada em 1942 em São Paulo, ganhou destaque ao fabricar o primeiro rádio brasileiro e o primeiro televisor nacional em 1951.
Após a saída da Toshiba, a SEMP formou nova parceria com a TCL Corporation em 2016, tornando-se SEMP TCL e mantendo seu legado.
Gradiente: fundada em 1964 por Luis Alberto Salvatore e Nelson Bastos em São Paulo, a Gradiente ganhou destaque no mercado brasileiro de eletroeletrônicos.
A Gradiente aproveitou a limitação da importação dos eletroeletrônicos, o crescimento econômico do Brasil e a instalação do polo manufatureiro da Zona Franca de Manaus.
Se especializou em produtos de áudio sofisticados na década de 70, introduzindo o conceito de "system" e se consolidando no mercado com campanhas publicitárias e inovações tecnológicas como o toca-discos ótico.
Apesar de seu sucesso e inovação, a Gradiente enfrentou desafios financeiros, entrando em processo de recuperação judicial em 2007 e voltando ao mercado de eletrônicos em 2012 sob o nome IGB Eletrônica, mantendo a marca Gradiente para seus produtos.