25 de junho de 2024 às 13:48
Pela primeira vez, 43% das transmissões olímpicas na Globo terão a participação de mulheres em alguma função, como comentarista e narradora – em 2019, elas eram 15% do time.
“A Globo tem um projeto focado na diversidade nas telas e por trás das câmeras. Há um cuidado em distribuir essa diversidade entre os canais e plataformas, e não é diferente em um momento como as Olimpíadas”, diz Joana Thimóteo, diretora de transmissões esportivas da Globo.
Para ela, há uma intencionalidade que considera, especialmente, as especializações de cada participante. “Quando a gente busca a diversidade, encontramos. Temos mais de 100 pessoas entre comentaristas, especialistas e medalhistas olímpicos", conta.
A atleta do vôlei Fernanda Garay, por exemplo, será apresentadora do programa Central Olímpica, ao lado de Tadeu Schmidt. A atração será exibida em horário nobre, após a novela Renascer.
Estão previstas 200 horas de transmissão dos Jogos Olímpicos – isto é de 10 a 12 horas por dia nas grades da Globo. Ao todo, são mais de 400 pessoas das diferentes marcas divididas entre Brasil, Paris e Taiti.
Em 2019, apenas 3% das transmissões de futebol tinham mulheres na equipe. Nos jogos Olímpicos eram 15%. Já em 2021, Renata Silveira foi a primeira mulher a narrar uma partida da seleção brasileira masculina no canal.
“Nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, 140 milhões de pessoas acompanharam os jogos na Globo, sendo 24 milhões espectadores fiéis, que assistiram todos os dias. Essas pessoas se sentem representadas pelo que fazemos”, diz Leonora Bardini, diretora de programação de marketing.
As Olimpíadas de Paris, que tem abertura prevista para 16 de julho, já é histórica ao considerar que, pela primeira vez em 128 anos de jogos, há a equidade de gênero. Dos 10.500 atletas participantes dos Jogos, serão 5.250 homens e 5.250 mulheres.
Os Jogos Olímpicos, ao longo dos anos, têm um papel fundamental na discussão de temas latentes na sociedade, segundo o narrador Luís Roberto. Assim, não é possível deixar de lado temas como a participação de atletas trans, ou mesmo o racismo sofrido por atletas.
Esta será a primeira vez em que um atleta trans comentará os jogos. Luca Kumahara, atleta do tênis de mesa que disputou três edições olímpicas – antes da transição de gênero – será agora comentarista das transmissões do esporte.
"É muito importante ter alguém lá representando a comunidade. As Olimpíadas vão ser um espaço que a gente vai ter para falar e trazer este tema que é tão importante para nós", conta Kumahara.
Ainda assim, as paridades de raça, diversidade sexual e de pessoas com deficiência seguem mais distantes do que as de gênero. “Estamos avançando de forma consistente em uma sociedade complexa, e não será diferente com os outros recortes de inclusão", explica Joana.