5 de julho de 2024 às 13:58
Aumentar o uso de tecnologias para prever eventos climáticos extremos, como enchentes, é um dos objetivos do Google para 2024. No entanto, a tarefa esbarra em desenvolver softwares adaptados para a nova realidade, com eficiência energética e descarbonizados.
Entre as promessas para acelerar a caminhada pela transição está o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial. Uma pesquisa feita em parceria com a consultoria Boston Consulting Group aponta que o uso da IA pode mitigar de 5% a 10% das emissões globais até 2030.
Em 2021, a companhia lançou o Flood Hub (Central de Enchentes, em português), site que aponta as regiões com riscos de aumento do nível da água. O recurso está disponível para 80 países e mais de 460 milhões de pessoas.
Em entrevista exclusiva à EXAME, a diretora de sustentabilidade do Google, Kate Brandt, contou que utilizar a IA para previsões é uma das áreas em que a empresa tem investido mais.
“É algo em que temos trabalhado com profundidade. A área de pesquisa do Google desenvolveu um modelo de previsão hídrica que nos permite identificar enchentes com até sete dias de antecipação", explica.
Por meio do Google Maps, serviço de visualização de mapas, usuários também podem escolher rotas eficientes em combustível.
Os usuários recebem dicas para que veículos emitam menos gases causadores do efeito estufa, como direcionamentos por vias com menos trânsito e pistas com menor diferença de relevo. A economia foi de 2,9 mi toneladas de gases causadores do efeito estufa desde 2021.
Outra ferramenta, chamada Green Light, usa IA nos semáforos para otimizar o tempo de parada a partir do trânsito em 70 cruzamentos. A prática reduz o consumo de combustível de até 32 milhões de corridas por mês. “A redução das emissões é de 10%", explica a diretora.
Os investimentos em 2023 pela companhia também buscavam aperfeiçoar as tecnologias que já existentes. A companhia lançou o Trillium, sexta geração de chips para aplicações de inteligência artificial.
O novo sistema é 67% mais energeticamente eficiente do que a última geração, aperfeiçoamento que pode reduzir o consumo de energia para treinamentos de IA em 100 vezes e reduzir as emissões em até 1000 vezes.
Para Brandt, as ações e investimento da companhia refletem um trabalho interno que vem sendo tocado desde 2010, quando o Google começou a comprar energia limpa. A meta de descarbonização está estipulada para 2030, ano em que a empresa busca operar com energias limpas.