28 de junho de 2024 às 15:44
Nesta quarta-feira, a Heineken Brasil, fabricante de bebidas, anunciou uma parceria com a Ambipar, companhia de gestão ambiental. O objetivo é dar uma destinação correta para as mais de 500 mil toneladas de embalagens inseridas no mercado todos os anos pela empresa.
Com um aporte inicial de R$ 150 milhões da Heineken, a parceria busca aumentar a circularidade das garrafas de vidro, principal modelo de embalagens das bebidas produzidas atualmente. A Ambipar se encarregará da logística reversa das garrafas.
“O vidro é muito reciclável, mais sustentável que outros tipos de embalagem por natureza, mas colocamos muitas garrafas no mercado atualmente, e precisamos ser responsáveis por isso”, explica Ligia Camargo, diretora de sustentabilidade da Heineken.
Segundo a última pesquisa da Associação Brasileira da Indústria do Vidro, apenas 25% do vidro produzido é reciclado atualmente. “Essa estratégia surge para termos mais embalagens recicladas do que novas e movimentação no mercado", conta.
A parceria faz parte da nova estratégia de negócios de impacto e sustentabilidade da Heineken, chamada de Spin. A partir dessa área, a companhia busca acelerar sua descarbonização a partir da transição energética e do aumento da circularidade na cadeia de produção de bebidas.
Ligia Camargo conta que a Spin remodela a estratégia de sustentabilidade da Heineken. “A gente quer colocar a Heineken como parte da solução, com iniciativas de circularidade, agricultura regenerativa, transição energética e marcas de impacto”, explica.
A companha ainda divulgou resultados relativos à transição energética nos seus 900 mil pontos de vendas, como bares e restaurantes. Com a estratégia de geração distribuída de energia renovável, a empresa já firmou 40 mil contatos para pontos de venda próximos as suas unidades.
“Construímos usinas solares em 17 estados, com 22 distribuidoras diferentes. Depois de atingir os bares e restaurantes, queremos levar o serviço também para os consumidores”, conta Bruno Lopes, diretor comercial da Raízen Power, braço de soluções de energia parceira da Heineken.
Outro projeto da fabricante de bebidas, dessa vez com a Central Única das Favelas (CUFA), busca levar a experiência da Heineken para desenvolver negócios de favela.
A cervejaria ingressa nos negócios em sistema de sociedade, mas sem aporte financeiro: a troca vem pela sua facilidade de acesso a matéria-prima, linha de produção e sistema logístico.
“São 16 milhões de pessoas nas favelas e periferias, que movimentam R$ 202 bilhões em uma economia própria. A periferia é muito potente e tem muita inovação acontecendo dentro desses territórios", explica Cleo Santana, líder da Escola de Negócios da CUFA.