ESG

COP29 pode ter fim adiado: negociações travadas e bloqueio saudita ameaçam Cúpula

Lia Rizzo

22 de novembro de 2024 às 10:39

Leandro Fonseca/Exame

Depois de um texto preliminar incompleto, que culminou em ânimos acalorados, a presidência da COP29 realizou ontem uma reunião extraordinária para que países se manifestassem.

Mas o que está em jogo nesta sexta-feira, 22, último dia programado da Conferência do Clima em Baku, não será resolvido com a "terapia em grupo".

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Os desafios para se chegar a um documento final que, se não trouxer avanços ao menos não venha com retrocessos, incluem negociações emperradas sobretudo por parte dos países desenvolvidos, bloqueio saudita em relação a combustíveis fósseis e o papel de economias fundamentais.

O padrão de extensão das negociações ultrapassando o prazo oficial parece prestes a se repetir.<br /> Porém, agora, as apostas vão além: veteranos nas Conferências acreditam que, a exemplo do que aconteceu em 2000 com a COP6, será necessário reconvocar a Cúpula em nova data e local.

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Na época da Conferência holandesa, cujo foco foi a implementação do Protocolo de Kioto, o colapso nas negociações e a saída dos Estados Unidos que se limitou a atuar como Estado observador apenas, demandou a chamada "COP6-2" em Bonn, na Alemanha.

Victor Moriyama/Getty Images

O financiamento climático, tema principal da COP29, chegou a um limbo. As nações ricas mantêm-se relutantes em assumir responsabilidades financeiras concretas com países em desenvolvimento, que por sua vez estimam a necessidade de US$ 1 trilhão anual contra o clima extremo.

Os rascunhos divulgados na quinta-feira provocaram indignação ao deixarem em branco, justamente os valores desses compromissos. Houve então a promessa de uma nova edição do texto na noite do mesmo dia, com "os contornos de um pacote financeiro que estava começando a tomar forma".

Leandro Fonseca/Exame

"Esta é a pior COP da memória recente. Países em desenvolvimento se sentem reféns para aceitar um acordo insuficiente", disse Mohamed Adow, do Power Shift Africa, para a AFP. A dura declaração parece sintetizar um sentimento generalizado, não só para nações em desenvolvimento.

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