13 de agosto de 2024 às 11:52
Com os impactos cada vez maiores das mudanças climáticas, novos investimentos avançam para garantir a transição para uma economia de baixo carbono. O setor financeiro deve ser a área com maior protagonismo nessa jornada, aponta uma pesquisa da consultoria Bain & Company.
As instituições financeiras serão as responsáveis pelo maior volume de investimentos para garantir a redução das emissões de carbono, de acordo com a análise. Até 2030, os financiamentos a partir de bancos devem atingir US$ 600 bilhões.
Outros setores, como o industrial e governos, devem investir US$ 430 bilhões e US$ 350 bilhões, respectivamente. Os ganhos financeiros dos bancos, no entanto, podem atingir os US$ 44 bilhões anuais a partir da transição econômica.
De acordo com o sócio da Bain & Company, Silvio Marote, o cenário no Brasil se diferencia do internacional: enquanto países europeus buscam reduzir as emissões em energia e transporte, o Brasil sofre com as emissões pelo agronegócio, a partir das mudanças no solo.
“O Brasil tem desafio maior nisso, e dada a importância desse tema na economia, o agronegócio também tem sido o setor com que os bancos têm trabalhado mais. Financiando práticas de agricultura e criação de gado com menos emissões de CO2", explica Marote.
“Muito do que é necessário das empresas brasileiras e do setor financeiro, especificamente, já está acontecendo. A instituição financeira que não embarcar nessa jornada vai ser prejudicada”, conta sobre o estágio atual da transição.
A relação entre investimentos públicos e privados também foi analisada pelo sócio. Investimentos de risco ou em casos em que se é difícil avaliar o retorno acabam afastando investidores, desafio financeiro que é compensado por fontes governamentais.