15 de outubro de 2024 às 11:36
Uma pesquisa da Embrapa mostrou que o mel de abelhas africanizadas (Apis mellifera L.), produzido a partir da florada do açaizeiro, possui elevados níveis de compostos bioativos derivados da palmeira amazônica.
De acordo com o órgão, essas substâncias são reconhecidas por ter um papel importante na promoção e manutenção da saúde humana.
A descoberta é resultado da análise e comparação de méis com origens em diferentes regiões do País e abre caminho para a valorização de um produto da sociobiodiversidade amazônica.
Para que um mel seja classificado como monofloral, é necessário que ele contenha predominantemente néctar de uma única espécie vegetal. Segundo a legislação brasileira, essa classificação exige que o pólen de uma única espécie represente mais de 45% de uma amostra de mel.
No caso do mel de açaí, as amostras coletadas no município de Breu Branco (PA) e Santa Maria (PA) foram analisadas e comparadas com méis monoflorais de quatro origens.
As análises revelaram que o mel de açaí possui elevada capacidade antioxidante.
Entre as amostras, o mel monofloral da palmeira amazônica superou em quatro vezes o mel de aroeira na avaliação dessa atividade.
A demanda pelo açaí tem levado à expansão dos plantios e ao uso de polinização dirigida, com abelhas africanizadas sendo uma alternativa devido à dificuldade de acesso às abelhas nativas.
Apesar de serem eficazes, as abelhas africanizadas apresentam desvantagens na polinização das flores pequenas do açaí e carecem de dados científicos que comprovem sua eficácia na cultura.
Em 2023, o Brasil produziu 64 mil toneladas de mel, com apenas 2% vindo da região amazônica. A apicultura no Pará tem potencial significativo de crescimento, envolvendo cerca de 3 mil famílias.