28 de março de 2024 às 14:26
Em meio à paisagem urbana de São Paulo, algumas estruturas se destacam não apenas por sua arquitetura imponente, mas também por uma característica peculiar de sua construção: a capacidade de resistir a ataques aéreos.
A decisão construtiva tem um motivo na lei: dez dias após o Brasil declarar sua participação na 2º Guerra Mundia, em 22 de agosto de 1944, o presidente Getúlio Vargas criou o decreto 4.098.
A medida incluía a obrigatoriedade de construção de abrigos antiaéreos em edificações com mais de cinco pavimentos ou aquelas situadas em locais de entretenimento. Explore a história e as especificidades desses abrigos antiaéreos paulistanos:
Edifício Arouche: situado no número 184 do largo homônimo, o prédio foi anunciado em 1944, se destacando como um dos primeiros exemplares com a inclusão de um abrigo antiaéreo.
À época da inauguração, anunciava com grande destaque um exclusivo abrigo antiaéreo ligado por dois túneis que avançam cerca de 100 metros em direções opostas sob o viário público e dão acesso às escotilhas de emergência no meio da praça.
Edifício São Luiz: o icônico edifício localizado na Praça da República, construído em 1953 pelo arquiteto Adolpho Lindenberg, tem um dos abrigos antiaéreos previstos para abrigar também pessoas que estivessem em espaço púbico
O espaço de 100 metros quadrados, antes destinado à proteção em caso de ataques aéreos, hoje abriga infraestruturas como caixa d'água, aquecedor central e um quarto de despejo.
Condomínio Santa Cecília: situado na Rua Conselheiro Brotero, com imóveis com áreas que variam de 73m² a 94m², é um outro exemplo que usou o apelo marqueteiro de segurança contra bombardeios.
Esses prédios, portanto, não só contribuem para o patrimônio arquitetônico de São Paulo, mas também contam parte da história urbana da cidade em períodos de tensão mundial.