Revista Exame

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

Rebecca Crepaldi

27 de novembro de 2024 às 14:47

Leandro Fonseca/Divulgação

O casal Flávia e Diogo, após um ano de namoro, decidiu morar junto. Diogo viajava 2h de Vargem Grande para São Paulo. Buscaram um lar na Vila Madalena, bairro de Flávia, mas os preços eram altos. Como parte da classe média, comprar estava fora de questão.

Após muita procura, encontraram um apartamento de 57m² com dois quartos na Vila Romana, próximo à Vila Madalena. A história de Flávia e Diogo ilustra o grande desafio que a classe média vive atualmente para encontrar um imóvel, tanto para aluguel como para venda.

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Sempre é necessário abrir mão de algo, seja localização, metragem, número de cômodos ou comodidades do condomínio, como vaga, piscina e academia. Mas, claro, se pagar mais, tudo é possível.

O apartamento em que eles moram atualmente vale cerca de 780 mil reais. Em 1995, se observada a correção pelo Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), esse imóvel custava 100.000 reais.

Germano Lüders/Exame

A perda de poder de compra é visível em todos os sentidos. De setembro de 2012 até o mesmo mês de 2024, houve um crescimento de 10,5% na renda do brasileiro, enquanto o preço dos imóveis subiu 28,4% no mesmo período, segundo o DataZap/Grupo OLX.

Em números, o rendimento médio mensal, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) em setembro de 2012 era de R$ 2.908, enquanto o metro quadrado para venda, segundo o Índice FipeZap, custava R$ 5.665.

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Doze anos depois, o salário médio mensal era de R$ 3.276, enquanto o metro quadrado foi para R$ 9.208.

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