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Lembra dela? Veja o que aconteceu com a Arapuã, tradicional loja dos anos 1990

Daniel Giussani

17 de junho de 2024 às 14:43

Marca do interior de São Paulo, a Arapuã chegou a ter 265 pontos de venda pelo Brasil e se transformou numa das principais redes de varejo do país. Mas como uma simples loja de tecidos em Lins, no interior de São Paulo, se transformou em um império do varejo?

Walita/Reprodução

O empresário Jorge Wilson Simeira Jacob herdou do pai uma loja de tecidos. Na época, ele ainda era menor de idade. O ano era 1952. Aos poucos, decidiu diversificar o portfólio e passou a vender também liquidificadores da marca Walita. Era o início da Arapuã.<br />

O processo de crescimento da Arapuã foi impulsionado por uma estratégia que foi fundamental para os varejos dos anos 1970 e 1980: o crediário, que permitia o parcelamento das compras. Entre os anos de 1966 e 1971, a empresa abriu cerca de cem lojas.

Divulgação/

A aquisição de vários negócios fez com que a família criasse um grupo para controlar as diversas empresas. Nascia assim o Grupo Fenícia, dono das lojas Arapuã e das marcas Etti, Simeira, Lótus, Banco Fenícia, Neugebauer, GG Presentes e Prosdócimo.

O auge da Arapuã foi entre o final dos anos 1980 e o início dos anos 1990. Nesta época, Arapuã chegou a ter 265 pontos de venda.

No ano seguinte, ainda no que era considerado seu auge, a empresa passou por uma reformulação. Depois de uma viagem para os Estados Unidos, Simeira Jacob voltou convencido de que era preciso mudar o foco dos negócios e apostar somente em eletroeletrônicos.

Divulgação/Reprodução

Com a mudança de foco, a empresa fechou 120 lojas de uma única vez e reduziu a linha de produtos de 7.500 para 700 itens. Aproveitou a mudança para abrir seu capital.

O modelo de negócio da Arapuã dependia fortemente da oferta de crédito para os consumidores, uma prática que ajudou a empresa a expandir suas vendas mas também a expôs a maiores riscos financeiros.

A Arapuã, que estava fortemente alavancada e dependia de financiamento barato, viu seus custos aumentarem e suas margens de lucro se reduzirem. Com isso, as dívidas chegaram a ultrapassar 1 bilhão de reais.

A empresa passou por um processo de concordata e outro de recuperação judicial, mas acabou falindo.