17 de junho de 2024 às 14:43
Marca do interior de São Paulo, a Arapuã chegou a ter 265 pontos de venda pelo Brasil e se transformou numa das principais redes de varejo do país. Mas como uma simples loja de tecidos em Lins, no interior de São Paulo, se transformou em um império do varejo?
O empresário Jorge Wilson Simeira Jacob herdou do pai uma loja de tecidos. Na época, ele ainda era menor de idade. O ano era 1952. Aos poucos, decidiu diversificar o portfólio e passou a vender também liquidificadores da marca Walita. Era o início da Arapuã.<br />
O processo de crescimento da Arapuã foi impulsionado por uma estratégia que foi fundamental para os varejos dos anos 1970 e 1980: o crediário, que permitia o parcelamento das compras. Entre os anos de 1966 e 1971, a empresa abriu cerca de cem lojas.
A aquisição de vários negócios fez com que a família criasse um grupo para controlar as diversas empresas. Nascia assim o Grupo Fenícia, dono das lojas Arapuã e das marcas Etti, Simeira, Lótus, Banco Fenícia, Neugebauer, GG Presentes e Prosdócimo.
O auge da Arapuã foi entre o final dos anos 1980 e o início dos anos 1990. Nesta época, Arapuã chegou a ter 265 pontos de venda.
No ano seguinte, ainda no que era considerado seu auge, a empresa passou por uma reformulação. Depois de uma viagem para os Estados Unidos, Simeira Jacob voltou convencido de que era preciso mudar o foco dos negócios e apostar somente em eletroeletrônicos.
Com a mudança de foco, a empresa fechou 120 lojas de uma única vez e reduziu a linha de produtos de 7.500 para 700 itens. Aproveitou a mudança para abrir seu capital.
O modelo de negócio da Arapuã dependia fortemente da oferta de crédito para os consumidores, uma prática que ajudou a empresa a expandir suas vendas mas também a expôs a maiores riscos financeiros.
A Arapuã, que estava fortemente alavancada e dependia de financiamento barato, viu seus custos aumentarem e suas margens de lucro se reduzirem. Com isso, as dívidas chegaram a ultrapassar 1 bilhão de reais.
A empresa passou por um processo de concordata e outro de recuperação judicial, mas acabou falindo.