Negócios

Do luto ao bilhão: como mãe e filhas assumiram uma distribuidora e fizeram dela um império

Isabela Rovaroto

18 de março de 2025 às 06:15

O setor de distribuição no Brasil ainda é dominado por homens. Mas na Disdal, a realidade é outra. Desde 2022, a empresa de Brasília está sob o comando de três mulheres. Luciana Dal Berto e as filhas assumiram a operação após a morte repentina do fundador Clair Dal Berto

Sem aviso, tiveram que decidir: vender ou tocar a operação. Optaram pelo caminho mais difícil. Dois anos depois, levaram o faturamento para R$ 840 milhões, com uma equipe de 1.500 funcionários e um plano claro de crescimento.

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A empresa, que nasceu de um pequeno atacado no Paraná, tornou-se uma das maiores distribuidoras do Centro-Oeste, representando marcas como Red Bull, Kraft Heinz, Nissin e SC Johnson.

No mercado de distribuição, onde grandes mudanças levam anos, a empresa conseguiu crescer 45% em cinco anos. A meta agora é bater R$ 1 bilhão em 2025.

divulgação/Divulgação

Luciana entrou cedo no negócio. Casou aos 15 anos, foi mãe aos 16 e, pouco depois, já estava no administrativo da empresa. As filhas entraram aos 18 anos da empresa.

Os pais estavam preparando as filhas para uma sucessão futura, mas a morte repentina do CEO em 2022 antecipou os planos. “O que deveria levar anos, aconteceu em uma semana. De filhas do dono, viramos donas”, diz Carolyne.

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“O medo da equipe era real. A dúvida era se a gente daria conta”, lembra Luciana. "Nos primeiros meses, a gente estava muito fragilizada e no piloto automático. Quem segurou a empresa foram os funcionários".

"A mudança foi um choque para muita gente. Três mulheres no comando de uma empresa desse porte não é comum”, diz Rafaela.

A nova gestão definiu uma estratégia: crescer dentro dos estados onde já atuava, sem expandir para novas regiões. Para isso, duplicaram o centro de distribuição de Brasília para 10.000 m² e investiram em tecnologia e governança, criando um comitê.

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