12 de julho de 2024 às 15:23
GRAMADO (RS) — Se fosse uma manhã normal de julho em Gramado, na serra gaúcha, a cidade estaria lotada de turistas fotografando o termômetro com temperaturas negativas, comprando casacos, gorros e luvas de lã nas lojas e fazendo filas nos cafés de manhã dos hotéis.
Neste ano, porém, algo está diferente. O frio segue lá. O termômetro, também. As lojas continuam abertas e os hotéis funcionando. Mas o turista sumiu.
As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no fim de abril e início de maio paralisaram a operação da principal porta de entrada de turistas no Estado: o aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre. Como um efeito em cadeia, a ocupação e a movimentação em Gramado despencou.
“Nossa ocupação funciona muito bem no sábado, mas durante a semana, está tudo muito parado ainda”, Cristiane Mörs, diretora de Vendas e Marketing da Laghetto
A Laghetto, principal rede de hotéis da serra gaúcha, com 14 operações entre Gramado e Canela, que o diga. Em maio, no pior momento da crise, a ocupação da empresa caiu 80% em relação a maio de 2023. Em junho, a ocupação foi 60% menor.
Para atrair turistas, a empresa também precisou diminuir o preço das diárias em cerca de 30% a 40%, o que afeta no tíquete médio do mês, e lançou campanhas para estimular o turismo na região, com reservas mais em conta.
A grande questão da Laghetto, assim como de outros negócios de Gramado, é tentar mostrar ao turista que a cidade está segura e operando bem. “Nos finais de semana que há previsão de chuva, sempre temos um monte de cancelamentos”, afirma Cristiane.