9 de julho de 2024 às 13:45
Nesta terça-feira, 9, os congressistas do partido democrata se reúnem na sede do partido em Washington para discutir a portas fechadas a participação do presidente Joe Biden nas eleições deste ano.
“Será o primeiro encontro presencial do time democratas após o debate”, afirma Vinícius Vieira, professor de Relações Internacionais.
Segundo o professor, publicamente o atual presidente tem apoio dos democratas, mas não há dúvidas de que nos bastidores haja uma pressão entre os doadores para que Biden desista da disputa.
Entre os doares, o professor destaca os Political Action Committees (Comitês de Ação Política), que são comitês que possuem um papel fundamental na arrecadação de fundos.
“São os doadores que distribuem recursos conforme as causas defendidas pelos candidatos”, diz Vieira.
Apesar do presidente Biden ainda ter forças para se manter como candidato, alguns nomes já foram citados como uma opção para a disputa nas eleições deste ano.
“Entre os principais nomes para substituir Biden estão Gretchen Whitmer, governadora de Michigan, Gavin Newsom, governador da Califórnia, e Kamala Harris, atual vice-presidente dos EUA”, diz Vieira.
“Michelle Obama poderia ser uma substituta viável, mas ela não sinaliza vontade de seguir uma carreira política, imagino até pela experiência negativa da Hillary Clinton, esposa ex-primeira-dama de um presidente, que falhou em chegar à presidência", diz o especialista.
A grande vantagem de Michelle Obama, segundo Vieira, está em uma boa parte do eleitorado que hoje está com Trump, como os centristas ou até mesmo aqueles que queiram ficar em casa no dia da votação.
“Muitos que hoje não pensam em sair de casa para votar, certamente sairiam para votar em Michelle, principalmente os afro-americanos e mulheres, que podem ser determinantes em alguns estados, como a Georgia, que tudo indica que vai se tornar um dos estados decisivos.
Biden segue forte no time democrata em algumas áreas, principalmente entre as bases trabalhistas e alguns segmentos afro-americanos, que são as populações, trabalhadores, operários e o pessoal afro-americano que ele defendeu, diz o professor da FGV e da FAAP.
Apesar de ser forte nessas alas, o presidente Biden tem perdido forças nesta eleição. Ele não foi muito bem no debate contra o ex-presidente Trump e outros fatores acabam por enfraquecer a sua candidatura, principalmente o fato de que Trump permanece forte.
“Ainda que Biden seja um candidato altamente qualificado, será preciso mostrar suas fortalezas no próximo debate, afinal a imagem numa era midiática como a que nós vivemos é fundamental para o resultado de uma eleição tão acirrada", afirma o professor.