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'A Venezuela é hoje uma fração ínfima do que foi', diz ex-ministro e professor de Harvard

Rafael Balago

21 de março de 2025 às 14:41

(sem legenda)Martha Stewart/Divulgação

A situação econômica na Venezuela segue muito ruim, apesar da redução da hiperinflação, analisa o professor Ricardo Hausmann, da Universidade Harvard. Um dos sinais mais claros disso, aponta ele, são os baixos salários no país, inclusive de professores universitários.

"Passamos por um período de hiperinflação que atingiu aproximadamente 2,2 milhões por cento. Isso não ocorre mais porque o governo reduziu drasticamente os gastos públicos, essencialmente pagando salários irrisórios a funcionários públicos — algo entre 5 e 10 dólares por mês"

Pedro Mattey/AFP

"E reduzindo a aposentadoria mínima para 3 dólares mensais", disse, em entrevista à EXAME.

"As universidades foram devastadas porque não conseguem manter professores recebendo apenas 10 dólares por mês", afirmou. 

Maddie Meyer/Getty Images

Hausmann é venezuelano e dá aulas de crescimento econômico e desenvolvimento em Harvard. Ali, criou em 2006 o Growth Lab, que pesquisa como estimular o avanço econômico ao redor do globo

Nascido na Venezuela, ele foi ministro do Planejamento do país de 1992 a 1993, antes do governo de Hugo Chávez, e economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) de 1994 a 2000.

Juan Barreto/AFP

"A Venezuela hoje é uma fração minúscula do que já foi. O PIB caiu cerca de 75%, o que significa que a economia de 12 ou 13 anos atrás era quatro vezes maior do que é agora. Esse colapso econômico ainda não foi revertido", disse.

Ele aponta que 8 milhões de pessoas deixaram o país, e o fluxo migratório ainda é de saída, apesar das dificuldades nos países de destino.

LEIA A ÍNTEGRA DA REVISTA COM RICARDO HAUSMANN, DE HARVARD