21 de agosto de 2024 às 16:27
A possibilidade de uma alta de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) passou a dominar as discussões entre investidores. A expectativa, que ganhou força em meio à tentativa do Banco Central de retomar sua credibilidade, tornou-se majoritária.
De acordo com o painel de probabilidades da B3, apenas 34% das apostas em opções do Copom indicam a manutenção da taxa atual de 10,50% na próxima reunião, em setembro.
Dados mais fortes de atividade econômica e inflação, preocupações fiscais e incertezas sobre a nova diretoria do Banco Central já vinham alimentando rumores no mercado sobre a possibilidade de elevação da Selic.
No entanto, foi após a divulgação da ata da última reunião do Copom que as apostas em uma alta de juros aumentaram substancialmente. No documento, o colegiado afirmou que poderia elevar a Selic “se necessário”.
Naquele momento, o dólar estava sendo negociado no maior patamar do ano, próximo de R$ 5,70. Com uma alta de 18% no ano, a valorização da moeda americana representava uma clara ameaça ao controle das expectativas inflacionárias.
Grande parte dessa valorização foi atribuída à incerteza sobre a futura diretoria do Banco Central, especialmente após a decisão dividida de maio, em que os indicados pelo atual governo optaram por um corte de juros mais agressivo.
Enquanto os membros anteriores adotaram uma postura mais conservadora, diante do aumento da percepção de risco inflacionário.