20 de junho de 2024 às 14:27
Em decisão unânime, o Copom manteve a Selic em 10,50% ao ano na reunião . A decisão interrompe o ciclo de corte de juros no Brasil, iniciado em setembro do ano passado. O movimento já era aguardado pelo mercado.
Em relatório publicado pelo BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME), os analistas Claudio Ferraz, Bruno Balassiano e Bruno Martins destacam seis pontos do comunicado para entender o que guiou a decisão do Banco Central (BC).
Tom mais dovish: apesar do início da política contracionista, os analistas chamam a atenção para a referência do Copom a uma “interrupção do ciclo”, e não ao seu encerramento.
Cenário externo: incerteza persistente:O cenário externo também foi um dos pontos destacados pelo Copom, com ênfase para os Estados Unidos, em que há incertezas quanto à flexibilização da política monetária por lá.
Cenário doméstico: dinamismo econômico e inflação desancorada. Copom observou que a atividade econômica e os indicadores do mercado de trabalho continuam a mostrar maior dinamismo do que o esperado.
Política fiscal: monitoramento rigoroso. O Comitê reafirmou a importância de uma gestão financeira crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida para ancorar as expectativas de inflação e reduzir os prêmios de risco sobre os ativos financeiros.
Continuidade contracionista: o Copom removeu a passagem que se referia à decisão para a próxima reunião, conhecido como forward guidance. " a decisão unânime refletiu uma postura mais cautelosa, à luz da resiliência da atividade econômica".
Postura cautelosa: ponto-chave foi a ênfase do comitê quanto à continuidade da cautela na condução da política monetária, refletindo a resiliência da atividade econômica e as expectativas de inflação desancoradas.