31 de outubro de 2024 às 11:49
Os multimercados são a classe de fundos que mais tem sofrido resgates, com as saídas superando R$ 200 bilhões no ano. Mas Marcel Andrade, Head de Investment Solutions da SulAmérica Investimentos, defende que a categoria ainda tem seu valor.
Os gestores não desaprenderam a investir. A falta de tendências de mercado nos últimos dois anos tornou a gestão mais desafiadora, mas, em um horizonte de cinco anos, ainda entregam retornos acima do CDI.”
Outro fator que impactou negativamente o desempenho dos fundos multimercado foi a expansão das áreas de atuação após a captação de mais de R$ 200 bilhões em 2021.
“Alguns gestores criaram estruturas fora de sua expertise. Agora, essas casas estão retornando ao básico, o que é positivo. Não adianta abraçar o mundo apenas por causa de um forte fluxo de dinheiro.”
Apesar de uma leve melhora na perspectiva dos multimercados, o head da SulAmérica acredita que esses fundos ainda enfrentarão resgates, devido à reestruturação dos fundos exclusivos após a perda da isenção do come-cotas.
Esses fundos tinham uma parte significativa dos recursos alocados em multimercado e, com o desmonte, muitos investidores estão optando por direcionar o capital para outras alternativas, como produtos e fundos isentos.
“Migrar para o CDI é tentador, mas, para quem tem um horizonte de longo prazo, os multimercados ainda são uma boa composição para o portfólio”, diz Andrade.