2 de julho de 2024 às 16:35
A valorização do dólar foi de 17,5% no ano, com a moeda chegando a ser negociada a R$ 5,70 nesta terça-feira, dia 2. O patamar é o mais alto desde janeiro de 2022, quando o dólar atingiu R$ 5,72
A forte apreciação do dólar no Brasil se estende há sete meses, tendo como pano de fundo a menor urgência do Federal Reserve (Fed) em iniciar o ciclo de queda de juros nos Estados Unidos e a piora das perspectivas fiscais.
Contudo, apesar do cenário adverso para moedas emergentes durante todo o ano, foi em junho que a alta do dólar tomou uma nova proporção, saindo de R$ 5,25 para R$ 5,59, diante dos discursos agressivos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre pautas econômicas
SINALIZAÇÃO FISCAL: A avaliação do mercado é de que seriam necessárias sinalizações de cortes de gastos para o dólar apresentar um movimento consistente de queda frente ao real
Uma das maiores críticas é que não há mais espaço para atingir um equilíbrio fiscal por meio de aumento de impostos
NOVO BC: As últimas semanas também foram marcadas pelo conflito entre Lula e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a quem o presidente tem se referido como "este rapaz"
No mercado, um dos temores é de que o Banco Central aceite uma inflação mais alta em troca de uma menor taxa de juros a partir do ano que vem, quando os diretores indicados por Lula passarão a ser maioria no Copom
FEDERAL RESERVE: Nenhum ativo no mundo tem mais influência sobre os mercados globais do que os juros americano. Como a dívida do Tesouro americano é considerada a mais segura do mundo, quanto maior sua rentabilidade, maior é a tendência de valorização do dólar
O mercado, que chegou a precificar sete cortes do Fed neste ano, precifica hoje apenas apenas dois, iniciando. Caso confirmada, a queda do juro americano daqui a dois meses deve contribuir para a valorização do real e de outras moedas emergentes. Mas o caminho ainda é incerto