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Dólar a R$ 5,87. O que explica a disparada da moeda nesta sexta-feira?

Rebecca Crepaldi

1 de novembro de 2024 às 19:39

Nelson A Ishikawa/Getty Images

O primeiro dia do mês de novembro é marcado por uma agitação no mercado, com o dólar comercial fechando em R$ 5,870. Trata-se do segundo maior valor nominal da história. A cotação só ficou atrás do fechamento de 13 de maio de 2020, quando a moeda encerrou negociada a R$ 5,901.

Um combo de fatores levaram a divisa americana a essa alta: risco fiscal no Brasil, payroll frustrante nos Estados Unidos e Índices de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial americano bem abaixo do esperado.

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A taxa de desemprego divulgada junto com o payroll, veio estável, em 4,1%, nos EUA. Isso mostra que o mercado de trabalho ainda está aquecido e fortalece a tese de que o Fed irá cortar apenas 0,25 p.p., o que fortalece o dólar.

Somado a isso, houve a divulgação do PMI industrial de outubro para os EUA. Na análise do ISM Chicago, o índice caiu a 46,5 em outubro, ante o consenso de 47,6. O PMI é um dos indicadores mais importantes ficando apenas atrás do índice de inflação dos EUA.

“Como ele veio abaixo da estimativa gerou uma incerteza grande em relação à economia dos EUA, pois ele é uma média ponderada da indústria e sinaliza se haverá um aquecimento na economia ou desaceleração”, diz Lucélia Freitas Aguiar, especialista em câmbio da Manchester.

Dólar a R$ 5,87. O que explica a disparada da moeda nesta sexta-feira?
Ton Molina/NurPhoto/Getty Images

Mas, apesar dos dados americanos, Paula Zogbi, gerente de research da Nomad, reitera que eles não justificam a movimentação da taxa de câmbio brasileira. A saúde fiscal do Brasil, que preocupa o mercado, é o principal fator que explica a alta do dólar.