1 de novembro de 2024 às 19:39
O primeiro dia do mês de novembro é marcado por uma agitação no mercado, com o dólar comercial fechando em R$ 5,870. Trata-se do segundo maior valor nominal da história. A cotação só ficou atrás do fechamento de 13 de maio de 2020, quando a moeda encerrou negociada a R$ 5,901.
Um combo de fatores levaram a divisa americana a essa alta: risco fiscal no Brasil, payroll frustrante nos Estados Unidos e Índices de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial americano bem abaixo do esperado.
A taxa de desemprego divulgada junto com o payroll, veio estável, em 4,1%, nos EUA. Isso mostra que o mercado de trabalho ainda está aquecido e fortalece a tese de que o Fed irá cortar apenas 0,25 p.p., o que fortalece o dólar.
Somado a isso, houve a divulgação do PMI industrial de outubro para os EUA. Na análise do ISM Chicago, o índice caiu a 46,5 em outubro, ante o consenso de 47,6. O PMI é um dos indicadores mais importantes ficando apenas atrás do índice de inflação dos EUA.
“Como ele veio abaixo da estimativa gerou uma incerteza grande em relação à economia dos EUA, pois ele é uma média ponderada da indústria e sinaliza se haverá um aquecimento na economia ou desaceleração”, diz Lucélia Freitas Aguiar, especialista em câmbio da Manchester.
Mas, apesar dos dados americanos, Paula Zogbi, gerente de research da Nomad, reitera que eles não justificam a movimentação da taxa de câmbio brasileira. A saúde fiscal do Brasil, que preocupa o mercado, é o principal fator que explica a alta do dólar.