11 de junho de 2024 às 14:59
MARIANA (MG)* – Uma miríade de casas coloridas com os mais diferentes tipos de telhados se alinha no horizonte a escolas e unidades de saúde bem equipadas no novo distrito de Paracatu, no entorno de Mariana (MG).
Equipes de obras andam para lá e para cá e ainda são a maior parte do movimento.
A sensação é de uma cidade cenográfica. Tal qual Sucupira, de “O Bem Amado”, o cemitério não tem um morto para enterrar.
Quem morre ainda é sepultado no antigo cemitério do povoado que existia antes do rompimento da barragem da Samarco, joint-venture da Vale e BHP Billiton, em novembro de 2015, quando 40 milhões de metros cúbicos de lama arrastaram vilarejos.
Deixando consigo 19 mortos e mudando a cara do Rio Doce, que corta Minas Gerais, para desaguar no mar do Espírito Santo.
As igrejas também estão abertas, mas ainda não receberam autorização da arquidiocese para funcionar.
Nove anos depois, as últimas chaves das casas dos moradores de Paracatu e Novo Bento serão entregues até o fim deste ano – encerrando uma das etapas mais emblemáticas do longo e conturbado trabalho de reparação das regiões atingidas pelo maior desastre ambiental do país.
A entrega das casas, no entanto, está longe de significar uma conclusão do processo para a Samarco, e suas duas sócias, ambas entre as maiores mineradoras do mundo.