ESG

Vitória de Trump impacta COP29? Especialistas dizem que sim

Sofia Schuck

7 de novembro de 2024 às 20:14

SOPA Images/Getty Images

Deixando um legado de negacionismo climático e restrições ambientais em seu primeiro mandato, a eleição de Donald Trump nos EUA nesta quarta-feira (6) reacendeu um alerta ao planeta no que diz respeito ao combate à crise climática.

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Às vésperas da Conferência do Clima da ONU (COP29) que acontece de 11 a 22 de novembro em Baku, no Azerbaijão, a vitória do republicano poderia representar um sinal de enfraquecimento dos compromissos climáticos no país, que é o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo.

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Em seus quatro anos na presidência, Trump tirou os Estados Unidos do histórico Acordo de Paris, assinado em 2015 pelos 195 países membros da ONU que se comprometiam com a redução das emissões, e já sinalizou fazer o mesmo caso ganhasse a eleição.

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De 2017 a 2021, ele revogou mais de cem regras ambientais e enfraqueceu políticas cruciais para o futuro do planeta e da humanidade, além de se mostrar favorável ao setor altamente poluente de combustíveis fósseis.

cortesia the balance.com/Reprodução

Para os próximos anos, o novo presidente americano também reafirmou apoio à energia nuclear e parece ir na contramão da transição energética, propondo diminuir investimentos em fundos de proteção ambiental internacionais.

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Em uma COP marcada pelo tema do financiamento climático e com expectativa de um acordo que atenda a uma necessidade na casa de trilhões de dólares para ajudar países em desenvolvimento, a luta global contra a mudança climática e o avanço nas negociações são colocados em xeque.

Talanoa/Divulgação

Natalie Unstell, presidente do Talanoa, destacou que há sinais muito claros dos desafios desta COP no Azerbaijão, que acontece em meio a tensões geopolíticas e à própria eleição americana.

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Segundo ela, embora os EUA sejam um ator muito importante na cúpula, governos e empresas devem deixar claro que estão lutando por um futuro melhor e não se alinhando com a agenda destrutiva de Trump.

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"A crise climática permanece à nossa porta e a COP29 precisa entregar resultados. A necessidade de trilhões em financiamento não desapareceu, assim como a urgência de eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e o imperativo da cooperação multilateral", destacou.

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Flávia Bellaguarda, diretora executiva da LACLIMA, também disse que a comunidade climática está atenta à vitória de Trump e que os principais movimentos serão percebidos já na COP29.

Convenção da Diversidade Biológica/Reprodução

"Na COP da biodiversidade na Colômbia, nós tivemos um posicionamento muito forte de barreiras de financiamentos vindos dos EUA e acredito que este novo governo deve mostrar a que veio na COP do clima, especialmente neste tema central", disse

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E a falta de encaminhamentos e resoluções nesta COP devem também refletir na COP30 em Belém, em 2025, complementou Flávia, o que poderia acabar caindo na conta do Brasil.

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