ESG

Sabedoria indígena e financiamento sustentável: as estratégias para uma infraestrutura resiliente

Letícia Ozório

31 de julho de 2024 às 11:55

“A COP30 vai ser a Conferência do Clima com maior participação popular e maior participação indígena da história”, afirma a ministra dos povos indígenas Sonia Guajajara. A declaração fez parte da sua introdução durante o evento Brasil Rumo à COP30.

Flávio Santana/Divulgação

De acordo com Guajajara, o momento vivido agora é de preocupação. “Há anos que vamos em discussões e conferências sobre o clima e o que vemos hoje é que não conseguimos melhorar o que precisávamos", conta.

A ministra ainda defendeu que os próximos projetos ambientais em discussões globais levem em consideração os de povos originários. Em sua fala, Guajajara também defendeu que a transição por uma economia verde seja inclusiva com todos os povos.

Flávio Santana/

O climatologista Carlos Nobre também deu atualizações sobre a sua luta para erguer o ‘MIT da Amazônia’, um instituto de pesquisa e tecnologia avançada centrado no bioma. “Desenvolvemos cinco polos de inovação unindo todos os países com territórios amazônicos, não só no Brasil".

"O padrão deve seguir como o que é ensinado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, mas envolvendo conhecimentos e ciências indígenas”, explica. Hoje, o projeto já conta com a participação de cinco pesquisadores indígenas.

Carl de Souza/Getty Images

A ministra Sonia Guajajara comentou a importância de reconhecer os saberes indígenas em pesquisas. Em maio, o Brasil assinou um tratado da Organização Mundial de Propriedade Intelectual que visa respeitar o patrimônio e conhecimentos de povos indígenas e comunidades tradicionais.

Repensar a infraestrutura brasileira e as construções ligadas ao transporte a partir das mudanças climáticas extremas foi tema de discussões de outros painéis. Para Luciana Costa, diretora de infraestrutura do BNDES, o Brasil discute pouco os planos para adaptação e resiliência.

Flávio Santana/

“O Fundo Clima é um dos instrumentos de excelência desse governo. No ano passado, atingimos quase R$ 900 milhões em desembolsos, e é uma das grandes oportunidades para adaptação e resiliência na infraestrutura", explica.

Neste ano, a CCR anunciou um plano de resiliência climática até 2025, buscando preparar as operações em estradas, aeroportos e linhas de metrô e trens. Após a identificação de 27 pontos de risco, o investimento no plano já ultrapassou R$ 200 milhões.

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