7 de novembro de 2024 às 20:03
Com a retomada do controle do desmatamento na Amazônia em 2023, o Brasil registrou 2,3 bilhões de toneladas de gás carbônico emitidos na atmosfera no ano passado e pode celebrar uma redução de 12% em relação a 2022.
É o que apontam os dados do sistema de contagem (SEEG) do Observatório do Clima, lançados nesta quinta-feira (7), um dia após a divulgação das taxas de perda de vegetação do Inpe e que mostraram uma queda de 30,63% em relação ao período anterior no bioma amazônico.
A baixa é a maior desde 2009, ano em que o país teve a menor emissão da sua série histórica iniciada em 1990, e o aproxima do cumprimento de suas metas climáticas ou NDCs. Estas, inclusive, devem ser atualizadas durante a COP29 em Baku.
Diferentemente de outros países do norte global que ainda estão tentando resolver a transição energética, o Brasil se caracteriza por ter as mudanças no uso de terra respondendo por 46% de todos gases estufa.
A queda na perda de vegetação do bioma amazônico representou 24% na redução das emissões nacionais.
Por outro lado, o desmatamento dos biomas brasileiros emitiu 1,04 GtCO2e brutas no ano passado e ainda tornam o Brasil o quinto maior emissor do mundo.
O Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal foi o único responsável pela positiva queda histórica, enquanto o Cerrado apresentou um aumento de 23% em suas emissões, 11% na Caatinga, 4% na Mata Atlântica, 86% no Pantanal e 15% no Pampa.
A agropecuária teve seu quarto recorde consecutivo de emissões, com elevação de 2,2%, devido principalmente a um aumento dos bovinos. Em 2023, o setor representou 28% das emissões brutas do Brasil e segue sendo o maior emissor (74% do total).
Já o setor de energia teve uma tímida alta de 1,1% em suas emissões, devido ao aumento do consumo de óleo diesel, gasolina e querosene de aviação, o que também levou a elevação de 3,2% nas emissões de transporte -- em um recorde histórico.
No total nacional, energia e processos industriais emitiram 22%.
Por último, o setor de resíduos registrou um crescimento de 1% e tem estabilizado nos últimos anos, principalmente em função de avanços na reciclagem e serviços de saneamento.