Lia Rizzo
18 de março de 2025 às 11:36
O Departamento de Educação dos Estados Unidos intensificou sua ofensiva contra instituições de ensino superior, ao anunciar na sexta-feira (14) uma investigação em 45 universidades por supostas práticas discriminatórias baseadas em raça.
A medida ocorre em paralelo às advertências enviadas para 60 universidades, incluindo Harvard e Yale, sobre possíveis cortes de financiamento federal caso não resolvam adequadamente denúncias de assédio antissemita em seus campus.
A ação é parte de um esforço coordenado da administração Trump contra políticas de diversidade tanto em instituições acadêmicas quanto em empresas, e já tem resultado em mudanças significativas nas políticas de inclusão em curso nas últimas décadas.
Harvard e Yale, duas das universidades mais prestigiadas do país, estão entre as instituições que receberam advertências formais do Departamento de Educação. Harvard, com um endowment avaliado em aproximadamente $50 bilhões, enfrenta pressão particular.
Yale, com seu endowment de cerca de $40 bilhões, também enfrenta ameaças concretas de perder parte significativa do financiamento federal destinado a pesquisas e programas educacionais.
Historicamente, ambas as instituições têm liderado a agenda de iniciativas de diversidade e inclusão em ensino no país, mas agora se veem obrigadas a reavaliar seus programas sob a nova interpretação do Departamento de Educação sobre o Título VI da Lei dos Direitos Civis.
A universidade Columbia já sofreu consequências concretas das novas diretrizes, quando a administração cancelou aproximadamente $400 milhões em subsídios e contratos federais da instituição, citando sua "inação contínua diante do assédio persistente a estudantes judeus.
A mudança na diretriz governamental ocorre após a Suprema Corte ter revogado, em 2023, a política de ação afirmativa nas admissões universitárias, decisão que já havia enfraquecido significativamente os esforços institucionais para aumentar a diversidade no ensino superior.
Gigantes do setor tecnológico como Google, Meta e Amazon reduziram significativamente suas equipes dedicadas a iniciativas de diversidade, enquanto empresas do setor financeiro, como Goldman Sachs e JPMorgan Chase também moldaram sua retórica sobre metas.