ESG

CPFL Energia anuncia projeto de hidrogênio verde em fábrica da Mizu Cimentos no RN

Sofia Schuck

22 de agosto de 2024 às 14:11

Visando impulsionar o Brasil como um dos grandes players de produção e exportação de hidrogênio verde, a CPFL Energia anunciou uma parceria com a Mizu Cimentos para lançar um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em uma fábrica no município de Baraúna (RN).

CPFL/Divulgação

“A nossa ambição é que o uso de hidrogênio verde se torne uma opção competitiva no mercado, para ser escalado de forma comercial e usado em diferentes setores”, disse Gustavo Estrella, CEO da CPFL, à EXAME.

A companhia do setor elétrico irá produzir o hidrogênio limpo a partir de uma tecnologia chamada ‘eletrolisador’ – responsável por um processo que separa a água em hidrogênio e oxigênio usando eletricidade – e fornecê-lo como uma alternativa aos combustíveis fósseis.

Witthaya Prasongsin/Getty Images

A planta-piloto deve começar a operar até 2027 e foi financiada pelo Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), com um investimento de R$ 44 milhões da CPFL.

Segundo a companhia, o projeto visa não só contribuir para avanços em tecnologias e estudos no mercado do hidrogênio, como também protagonizar a descarbonização da indústria de cimento, altamente poluente – hoje responsável por cerca de 7% das emissões globais de CO2 no mundo.

Petmal/Getty Images

Na prática atual, este setor produtivo utiliza fornos que queimam principalmente carvão, coque de petróleo ou gás natural como combustíveis para atingir as temperaturas de “calcinação” – processo térmico utilizado para transformar o cimento e que emite altos níveis de CO2.

Já o hidrogênio, originado de complexos eólicos e solares geralmente já existentes, reduziria significativamente o impacto ambiental. No entanto, seu uso ainda é incipiente no Brasil e enfrenta desafios, como a viabilidade financeira.

Maria Arrellaga/Getty Images

“Temos estudado o tema. É uma tecnologia para ser desenvolvida, ganhar competitividade, e nós não podíamos ficar de fora. Primeiro, precisamos conhecê-la e conquistar eficiência, para então baixar o custo”, explicou Estrella.

A Mizu, com capacidade atual de produção de 7 milhões de toneladas por ano, opera em vários estados – com fábricas em diferentes regiões do Brasil. A de Baraúna, que irá contemplar o piloto, é uma das maiores e se posiciona de forma estratégica no Nordeste.

Divulgação/Divulgação

A CPFL e a Mizu oficializaram o projeto durante uma cerimônia no Palácio do Governo do Rio Grande do Norte nesta quinta-feira (22), em Natal. A companhia de energia assinou um memorando de entendimento com o Governo do Estado para explorar o desenvolvimento do hidrogênio verde.

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