ESG

COP16: Marina Silva recebe apoio de líderes globais para fundo bilionário, em semana decisiva

Letícia Ozório

4 de novembro de 2024 às 12:23

Leandro Fonseca/Exame

“Nosso compromisso de chegar ao desmatamento zero até 2030 não terá nenhum efeito se não tivermos uma mudança no sistema econômico. As florestas continuarão igualmente destruídas”, alertou Marina Silva, ministra do meio ambiente e mudança no clima, logo na chegada à COP16.

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Dando o pontapé inicial na participação brasileira na segunda semana da COP16, a ministra discutiu os mecanismos de financiamento da manutenção da biodiversidade, o incentivo ao trabalho com a natureza pelas populações indígenas e tradicionais e as ações para a economia verde.

Marina Silva disse esperar que, ao fim da COP16, se tenham alcançado os esforços necessários para encontrar mecanismos pela manutenção dos ecossistemas. "É chegada a hora de criar instrumentos para reduzir a pressão sobre as florestas e os recursos naturais”, explica.

Google/Reprodução

A ministra ainda citou os dados de redução do desmatamento nos biomas brasileiros. “No ano passado, houve uma queda de 50%, e neste ano já vemos uma diminuição de 45% no desmatamento”, explicou. No entanto, o aumento das queimadas foi preocupante para a ministra.

Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil/

O Fundo para as Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), instrumento financeiro voltado para a remuneração das populações que mantêm a floresta de pé foi alvo de amplo debate e um dos destaques no início desta semana decisiva da conferência.

De acordo com a ministra brasileira, o objetivo é mudar o modelo atual de financiamento sustentável, que hoje acaba por beneficiar quem tem um histórico de desmatamento.

Think Panama/Creative Commons/

O TFFF fornecerá US$ 125 bilhões para financiar a manutenção da biodiversidade. Cerca de 20% dos fundos virão de empréstimos de longo prazo com mercados desenvolvidos ou doações de entidade filantrópicas. O restante do montante (80%) deve virá partir de emissões de dívidas.

Uma das preocupações do governo é que o Fundo não seja visto como um substituto aos outros mecanismos de incentivo à proteção ambiental, mas sim como um complemento aos instrumentos já aplicados.

Setur/Governo do Pará/Reprodução

A expectativa é que ele seja lançado, formalmente, na COP30, que acontece em 2025, na cidade de Belém. Lideranças da Malásia, Alemanha, Emirados Árabes Unidos, Colômbia e Noruega demonstraram apoio.

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