27 de setembro de 2024 às 14:04
A pobreza na Argentina alcançou 52,9% da população no primeiro semestre de 2024, um aumento de 11,2 pontos percentuais em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec).
O Indec avalia a pobreza comparando a renda familiar com o custo de uma cesta básica de bens e serviços, que inclui alimentos, vestuário e transporte. No primeiro semestre deste ano, o valor dessa cesta básica girou em torno de US$ 240.
Além da pobreza, a indigência também subiu, atingindo 18,1% da população, um avanço de 6,2 pontos percentuais. O cálculo considera as famílias que não conseguem acessar bens e serviços essenciais como alimentos, vestuário, transporte, educação e saúde.
A Argentina tem cerca de 47 milhões de habitantes. O período de análise foi impactado pela implementação de ajustes econômicos promovidos pelo governo de Javier Milei.
O PIB da Argentina registrou uma queda de 1,7% no segundo trimestre, em relação ao trimestre anterior, agravando a recessão econômica no país. Esse cenário econômico é atingido ainda pela inflação, que chegou a 236,7% nos últimos 12 meses até agosto, uma das maiores do mundo.
Mesmo com a redução em relação ao pico de 289% em abril, a inflação continua a pressionar a taxa de pobreza, que mais que dobrou desde o segundo semestre de 2017. Milei projeta uma redução para 18% até dezembro de 2025.
Nos primeiros meses do ano, Milei tomou medidas severas para tentar controlar os preços, como o fim do tabelamento de produtos básicos e a desvalorização da moeda.