André Martins
20 de março de 2025 às 14:24
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual coloca o Brasil no mesmo patamar de julho de 2015
A taxa atingiu 14,25% durante a crise econômica do governo de Dilma Rousseff. O patamar se manteve por 10 reuniões e foi reduzida apenas em agosto de 2016, já no governo Michel Temer.
Naquele período, os juros foram elevados para combater uma inflação próxima de 10%. Em 2015, o país enfrentava uma das maiores recessões de sua história, com uma queda de PIB de 3,8% e uma inflação que fechou o ano em 10,67%.
O aumento dos gastos públicos, em um contexto de disputa presidencial em 2014, e políticas da conter os preços, como os cortes nas tarifas de energia elétrica, tiveram um alto custo
A dívida pública brasileira saltou de 56% para 67,6% do PIB entre 2014 e 2016. Aquele ano também foi marcado por uma grave crise política, que culminou no impeachment da presidente Dilma Rousseff
Hoje, a inflação está menor do que naquela época, em 5,06% nos últimos 12 meses até fevereiro, mas o quadro fiscal se mostra desafiador na avaliação de economistas e do próprio Copom
O cenário atual, porém, apresenta um fator positivo que não existia em 2015: o crescimento econômico. O PIB do Brasil cresceu 2,9% em 2023 e avançou 3,4% em 2024
Em resposta ao aumento das expectativas de inflação, o Copom iniciou o ciclo de alta da taxa de juros, para conter pressões inflacionárias.