Ciência

O Everest está crescendo (ainda mais) — e algo inusitado pode ser o culpado

Raphaela Seixas

7 de maio de 2025 às 14:39

DanielPrudek/Thinkstock

Um estudo publicado na revista Nature Geoscience revelou que o Monte Everest pode estar crescendo devido a um fenômeno geológico conhecido como "pirataria fluvial", ou captura fluvial, em que um rio “rouba” o curso de outro, alterando drasticamente o regime de erosão na região.

Wikimedia Commons/

Cerca de 89 mil anos atrás, o rio Arun, que corre a leste do Everest, capturou o fluxo do rio Kosi, aumentando significativamente sua vazão e intensificando a erosão profunda nos vales do Himalaia.

Essa erosão acelerada remove bilhões de toneladas de sedimentos e rochas da base da montanha, reduzindo o peso sobre a crosta terrestre.

Como resposta, ocorre o rebote isostático, um processo pelo qual a crosta se eleva lentamente para restabelecer o equilíbrio gravitacional, elevando o Everest entre 15 e 50 metros ao longo dos últimos milhares de anos.

AFP/AFP

Além disso, medições recentes indicam que o pico continua crescendo a uma taxa aproximada de 2 milímetros por ano, um ritmo mantido enquanto o equilíbrio entre erosão e rebote isostático persistir.

O Everest está crescendo (ainda mais)