Brasil

Lula deseja “nome de diálogo” na presidência da Câmara, mas Lira ainda terá peso na escolha

Antonio Temóteo

6 de setembro de 2024 às 16:30

Ricardo Stuckert / PR/Flickr

Em meio à reviravolta no processo de escolha do sucessor de Arhtur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sinalizado aos auxiliares mais próximos que desejaria conviver com um “nome de diálogo” nos dois últimos anos de mandato.

Os impactos da desistência de Marcos Pereira (Republicanos-SP) de disputar o cargo e a escolha de Hugo Motta (Republicanos-PB) para substituí-lo mudaram o tabuleiro político para uma candidatura mais “amigável” ao governo.

Leonardo Sá/Agência Senado/Flickr

Entretanto, os mesmos governistas admitem que nada está definido, diversos acordos precisam ser feitos e o aval de Lira ao escolhido também será necessário. A eleição para o novo presidente da Câmara, vale lembrar, acontece apenas em fevereiro de 2025.

Vinicius Loures/Agência Câmara

Pereira, que preside o Republicanos, sofria resistência do PT e de membros do governo pela relação que mantém com o bispo Edir Macedo, da igreja Universal. Macedo, que já foi próximo de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff, fez campanha para tentar reeleger Jair Bolsonaro.

Mário Agra / Câmara dos Deputados/Divulgação

Motta, que lidera o Republicanos na Câmara, é um político jovem de 34 anos, não possui o carimbo de membro da Universal, transita entre líderes do Centrão, do bolsonarismo e do dos partidos de esquerda. Além disso, sua candidatura depende de vários acordos com diversos partidos

Lula Marques/Agência Brasil

Até a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto, de restringir o pagamento de emendas parlamentares, Lira tinha forte influência sobre os deputados e mantinha uma base fiel ao ponto de escolher seu sucessor, sem grande interferência do governo.

Antônio Cruz/Agência Brasil

No Planalto, a avaliação é de que Lira mudou de postura, quer negociar e poderia até ser ministro do governo, se os acordos permitissem. Os ministérios da Saúde e das Comunicações seriam opções.

Divulgação/Agência Senado

Duas vagas no Tribunal de Contas da União (TCU) também devem ser moedas de troca na sucessão da Câmara.

Essas vagas, afirmam auxiliares de Lula, poderiam atender alguns dos pré-candidatos. Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA), que não tem sinalizado disposição em desistir de disputar a sucessão de Lira.

Lula deseja “nome de diálogo” na presidência da Câmara, mas Lira ainda terá peso na escolha