17 de agosto de 2024 às 12:25
"Chegou aquele que a gente queria para o Brasil governar. Agora o povo está contente. Já temos em quem votar. É o 26, é o 26. Com Silvio Santos, chegou a nossa vez".
Era assim que, em 1989, o empresário e um dos mais célebres apresentadores da televisão brasileira se apresentava não mais à sua audiência, mas a aqueles que ele queria como eleitores.
Sim, em 1989, Silvio Santos se filiou ao então PMB (Partido Municipalista Brasileiro) para entrar na corrida eleitoral, no mesmo pleito em que concorriam Fernando Collor de Melo e Luiz Inácio Lula da Silva.
Era, também, a primeira disputa com eleições diretas para presidente do país, depois de 40 anos de ditadura militar e do mandato de José Sarney, que assumiu após a morte de Tancredo Neves, que tinha sido eleito presidente pelos congressistas.
Ele se lançou candidato pelo PMB apenas semanas antes do pleito, substituindo Armando Corrêa, que enfrentava problemas de registro da candidatura.
Silvio Santos manteve relações próximas com a maioria dos presidentes e governos.
Depois de criar o SBT, Silvio criou o quadro “A Semana do Presidente”, para divulgar os feitos do governo, numa mistura de ufanismo e informação. Foram mais de 20 anos de programa, entre 1981, ainda no governo militar, até 1996 no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Mais recentemente foi especialmente próximo de Michel Temer, que assumiu a presidência em 2016 após o impeachment de Dilma Rousseff, e de Jair Bolsonaro.
Chegou a levar Temer em seu programa dominical em 2018, mas teve ainda mais participações de Jair Bolsonaro no SBT, como a ligação ao vivo do então presidente ao programa Teleton.