9 de setembro de 2024 às 18:28
Na literatura, o termo epopeia se refere a uma sucessão de eventos extraordinários, capazes de provocar admiração e surpresa na trajetória do personagem principal. Se aplicarmos o termo à agricultura brasileira, o nome de Alysson Paolinelli certamente estaria envolvido.
Nascido em 1936, Paolinelli se formou em agronomia pela Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal), atual Universidade Federal de Lavras (Ufla), e iniciou sua carreira em um momento em que o Brasil ainda lutava para se afirmar como potência agrícola.
O Cerrado brasileiro, um vasto bioma de terras áridas e pouco cultiváveis, foi a grande aposta de Paolinelli. Ele enxergou potencial onde muitos viam apenas limitações.
Sua maior contribuição veio nos anos 1970, quando ajudou a liderar a Embrapa, juntamente a Eliseu Alves e José Pastore, e promoveu um projeto inovador de pesquisa e desenvolvimento.
Hoje, o Cerrado é responsável por 60% da produção agrícola do Brasil e 22% das exportações globais de soja.
O sucesso desses projetos não apenas impulsionou a produção de grãos no Brasil, como também estabeleceu o país como um dos maiores exportadores de soja e milho do mundo – o impacto do trabalho de Paolinelli é evidente na atual posição do Brasil no agro mundial.
Além de suas realizações na Embrapa, Paolinelli também desempenhou papéis importantes em organizações internacionais, promovendo práticas agrícolas sustentáveis e o desenvolvimento da agricultura tropical.
Seu trabalho lhe rendeu reconhecimento mundial, incluindo o prêmio de "Personalidade do Ano" na área de Agricultura, concedido pela revista Forbes.